Na ONU, Dilma defende democracia e diz que não tolera corrupção
Ao fazer o discurso de abertura dos debates da 70ª Assembleia Geral da ONU nesta segunda-feira (28), em Nova York, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender a democracia e disse que não tolera a corrupção.
"O governo e a sociedade brasileiros não toleram a corrupção. A democracia brasileira se fortalece quando a autoridade assume o limite da lei como o seu próprio limite", disse Dilma.
"Os avanços que logramos nos últimos anos foram obtidos em um ambiente de consolidação e de aprofundamento da democracia", defendeu a presidente, afirmando ainda que os brasileiros querem um país em que “juízes julguem com imparcialidade, sem pressão de qualquer natureza, de qualquer paixão”.
A fala de Dilma ocorre em meio a uma crise política que afeta seu governo e a articulações da oposição para levar adiante a abertura de um processo de impeachment, já classificado pela presidente como uma tentativa de golpe.
Citando o ex-presidente uruguaio José Mujica, pouco antes de encerrar seu pronunciamento, Dilma falou mais uma vez sobre democracia: “Nenhuma democracia é perfeita porque não somos perfeitos, mas temos que defendê-la para melhorá-la, não para sepultá-la (...). O Brasil não abrirá mão das conquistas pelas quais tanto lutamos”, disse.
Medidas econômicas no limite
Sobre a situação econômica atual, a presidente afirmou que não é possível prosseguir com as medidas tomadas nos últimos seis anos.
"Por seis anos, buscamos evitar que os efeitos da crise mundial que eclodiu em 2008 no mundo desenvolvido se abatessem sobre nossa economia e nossa sociedade. Por seis anos, adotamos um amplo conjunto de medidas, reduzindo imposto, ampliando crédito, reforçando investimento e o consumo das famílias. Aumentamos os empregos, aumentamos a renda nesse período. Esse esforço chegou agora no limite, tanto por razões fiscais internas, como aquelas relacionadas ao quadro externo", declarou.
Dilma também apontou a alta do dólar como culpada pela inflação no Brasil. "A desvalorização cambial e as pressões recessivas produziram inflação e forte queda da arrecadação, levando a restrições nas contas públicas. O Brasil, no entanto, não tem problemas estruturais graves, nossos problemas são conjunturais.”
“Diante dessa situação estamos reequilibrando nosso orçamento e assumimos uma forte redução de nossas despesas, dos gastos de custeio e até de parte do investimento", afirmou.
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