Topo

Sítio em Atibaia frequentado por Lula é alvo de furto

O sítio de Atibaia (SP) é frequentado por Lula e seus familiares desde janeiro de 2011 - Jefferson Coppola/Revista Veja
O sítio de Atibaia (SP) é frequentado por Lula e seus familiares desde janeiro de 2011 Imagem: Jefferson Coppola/Revista Veja

Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo*

07/04/2016 19h32Atualizada em 07/04/2016 21h59

A Polícia Civil de São Paulo confirmou na noite desta quinta-feira (7) a ocorrência de furto no sítio localizado na zona rural de Atibaia, objeto de investigação da Operação Lava Jato por supostamente pertencer ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dois homens foram presos em flagrante. Sem passagem pela polícia, eles têm 43 e 33 anos, mas não tiveram seus nomes divulgados. Com eles, foram encontrados garrafas de vinho importado, charutos, uma TV e outros objetos levados do sítio. Outros dois homens conseguiram escapar e estão sendo procurados pela polícia. O furto foi interrompido com a chegada do caseiro da propriedade. Ao perceber que uma janela da casa estava quebrada, ele acionou a polícia.

Policiais militares foram ao local por volta das 16h e fizeram buscas pela região. Meia hora antes, uma equipe liderada pelo delegado Elton Costa seguiu para o sítio. Uma perícia foi realizada na propriedade na tentativa de checar se outros objetos teriam sido levados pelos ladrões. A investigação descarta a possibilidade de crime político. De acordo com o delegado, os suspeitos aproveitaram a oportunidade de furto quando perceberam que não havia ninguém na propriedade.

"Eles cortaram a cerca da propriedade e arrombaram uma das portas. Os dois estavam escondidos no meio do mato, nas imediações do sítio, de posse dos objetos furtados, quando efetuamos as prisões em flagrante. Os outros dois que conseguiram escapar são furtadores contumazes na região, mas precisamos verificar se eles realmente participaram dessa ação criminosa, como está sendo afirmado pelos dois presos", disse o delegado Elton Costa. "Tudo indica que se trata de crime comum: furto duplamente qualificado".

O delegado informa ainda que os dois indiciados serão levados na sexta-feira para a Cadeia Pública de Piracaia – a 90 km de distância da cidade de São Paulo. O caseiro Elcio Pereira Vieira, conhecido como Maradona, ainda prestará testemunho. "Durante a investigação vamos averiguar como eles chegaram ao sítio e de quem foi ideia de furtá-lo", disse o delegado.

Lava Jato

Após a deflagração da 24ª fase da Lava Jato, no início de março, a Polícia Federal produziu ao menos três perícias, nas quais afirma que há indícios de que a propriedade pertença a Lula, e não à família de Jacó Bittar e Jonas Suassuna, como está registrado na escritura do "Sítio Santa Bárbara" e de uma área contígua ao local. 

Há indícios também de que construtoras investigadas na Lava Jato, como a OAS, realizaram melhorias na propriedade. O ex-presidente frequenta com familiares o local pelo menos desde janeiro de 2011. Porém, Lula sempre negou ser dono do sítio.

Ao ser conduzido coercitivamente para prestar depoimento à PF, no dia 4 de março, Lula reiterou a negativa ao ser interrogado pelo delegado federal Luciano Flores de Lima. "Pertence a Fernando Bittar e pertence a Jonas Suassuna, com registro em cartório em Atibaia, comprado com cheque administrativo, isso já foi publicizado, já foi provado. Eu, na verdade, quero falar pouco do sítio, porque eu não vou falar do que não é meu. Quando vocês entrevistarem os donos do sítio eles falarão pelo sítio," afirmou.

Iniciada na 13ª Vara Federal de Curitiba, cujo titular é o juiz Sergio Moro, a investigação foi encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal), após a divulgação de escutas telefônicas de autoridades com prerrogativa de foro, a exemplo da presidente Dilma Rousseff. Lula prestou depoimento nesta quinta-feira (7), pela manhã à procuradoria-geral da República em Brasília em inquérito da Operação Lava Jato. Neste momento, a investigação corre em segredo de Justiça.

* Com informações do Estadão Conteúdo.

Como Lava Jato chegou a Lula

UOL Notícias