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Cotado para presidir comissão do impeachment vê processo mais "calmo" no Senado

O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) é cotado para presidir a comissão do impeachment no Senado - Fábio Rodrigues Pozzebom - 20.abr.2016/Agência Brasil
O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) é cotado para presidir a comissão do impeachment no Senado Imagem: Fábio Rodrigues Pozzebom - 20.abr.2016/Agência Brasil

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

25/04/2016 12h49

O senador Raimundo Lira (PMDB-PB), indicado para ser presidente da comissão especial do impeachment no Senado, disse acreditar nesta segunda-feira (25) que as discussões sobre um eventual afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado serão mais calmas do que foram na Câmara. “Na Câmara dos Deputados, além de ser um número maior [de parlamentares], tem toda a energia da juventude. Aqui, tradicionalmente, é uma Casa mais calma”, afirmou Lira.

As discussões durante a votação da instauração do processo de impeachment na Câmara ganharam destaque na mídia nacional e internacional. Um dos episódios mais emblemáticos foi a discussão entre os deputados Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Jean Wyllys (PSOL-RJ).

A comissão especial do impeachment no Senado deverá ser criada ainda nesta segunda-feira, quando os membros indicados pelos líderes partidários deverão ser efetivados. Ao todo, são 21 membros titulares e 21 suplentes. O PMDB, com cinco integrantes, é o partido com o maior número de parlamentares na comissão. A escolha do presidente e do relator da comissão, porém, deverá ser feita apenas na terça-feira (26), segundo Raimundo Lira.

Apesar de o PT contestar a indicação do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) para o cargo de relator da comissão, Lira disse acreditar que as divergências serão resolvidas com “tranquilidade”. “[O Senado] é o poder moderador da República brasileira, portanto acredito que todas as reuniões da comissão vão ser com divergências, com o contraditório, mas em um clima de muita tranquilidade”, afirmou.

Lira admite que, apesar de a escolha do relator das comissões temporárias ser tradicionalmente uma atribuição do presidente, nada impede que partidos contrários ao nome de Anastasia possam indicar outro parlamentar para o cargo. Caso outro senador seja indicado, a escolha do relator seria por meio do voto dos integrantes da comissão. “Qualquer membro tem o direito de poder apresentar um nome, mas acredito que o nome vai ser do senador Antônio Anastasia”, explicou.

Apesar de a comissão ainda não ter sido instalada, Raimundo Lira disse já ter um esboço de cronograma de trabalhos. Segundo esse planejamento inicial, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, e os autores do pedido de impeachment contra Dilma, Janaína Paschoal, Miguel Reale Jr. e Hélio Bicudo, seriam ouvidos ainda nesta semana. Lira disse reafirmou que os prazos da comissão serão contados em dias úteis, e não em dias corridos, como queria o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO). 

Placar do impeachment no Senado - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Placar do impeachment do Senado

Levantamento diário do jornal "O Estado de S. Paulo" mostra como os senadores estão direcionando seus votos para o impedimento ou não da presidente Dilma Rousseff.

Para ver o placar atualizado, acesse o endereço: http://zip.net/brs8JB  (URL encurtada e segura).