MPF-MG anula questões políticas em prova e demite funcionária
O MPF (Ministério Público Federal) em Minas Gerais demitiu na tarde desta terça-feira (24) uma funcionária apontada como responsável pela elaboração da prova de português com questões com conteúdo político realizada para a seleção de estagiários para atuar no órgão realizada no domingo (22), em Belo Horizonte.
A demissão acontece após a divulgação de imagens das questões nas redes sociais. O MPF informou que, além de ter exonerado a funcionária, que ocupava cargo comissionado, instaurou sindicância para apurar os fatos.
Em comunicado, o MPF informou que “as opiniões externadas nas questões não refletem a visão da instituição” e que “reafirma seu compromisso com a atuação apartidária e impessoal”.
Ainda de acordo com o MPF, foram anuladas as perguntas que suscitaram a polêmica: três questões de português das provas para as áreas de administração e biblioteconomia; duas de ciências contábeis e direito e quatro da prova de comunicação.
Impeachment e 'Jornal Nacional'
Nas questões da prova de português, na qual os candidatos deveriam marcar qual alternativa não apresentava nenhum erro de gramática e ortografia, aparece a alternativa, reproduzida aqui da mesma forma que constava na prova: “segundo renomados juristas, a presunção de inocência, apezar de configurar direito constitucional, vem sendo ignorada pela Operação Lava Jato”.
Noutra questão, uma das alternativas trazia a seguinte frase: “os golpistas ficaram prostados com a reação que se viu nas ruas em defesa da democracia”. Outra opção dizia que “o juiz infringiu a legislação ao divulgar o conteúdo de interceptações telefônicas”. Em outra alternativa, o texto diz que “o analfabetismo político é um mal cada vez mais comum em quem assiste ao Jornal Nacional”. Já noutra alternativa, uma das opções afirma que “na atual conjetura é preciso saber discernir entre fatos e manipulações”.
Na questão seguinte, as alternativas têm também conteúdo político e partidário: “o tráfego de influência é uma das práticas mais comuns na Câmara dos Deputados”. E, finalmente, noutra questão, uma alternativa faz referência ao próprio MPF: “os membros do Ministério Público, recebem auxílio-moradia, mesmo quando possuem residência própria”.
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