PM detém 6 manifestantes anti-Temer em confrontos na avenida Paulista
Policiais militares detiveram pelo menos seis pessoas em confrontos com manifestantes anti-Temer que participavam, na tarde desta quarta-feira (1º), da ocupação do prédio da Secretaria da Presidência da República em São Paulo, localizado na avenida Paulista. Cerca de 50 pessoas, a maioria é integrante do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), invadiram o saguão do prédio.
Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirma que a intervenção policial foi necessária para impedir a ação dos manifestantes, e que um policial militar foi ferido no confronto. "Foram detidas seis pessoas por dano, desacato e periclitação da vida [colocar a vida de alguém em risco]", de acordo com a SSP. (leia a nota completa mais abaixo)
O primeiro confronto começou logo após os manifestantes soltarem rojões durante a ocupação, policiais militares responderam com diversas bombas de efeito moral, gás de pimenta e correram atrás de manifestantes na Paulista com cassetete. Uma guarita da Polícia Militar foi destruída.
Cerca de meia hora depois, outro confronto aconteceu quando a PM deteve um manifestante, conhecido como "Batoré". Mais bombas de efeito moral foram soltas.
Agentes federais que faziam segurança do escritório paulista da Presidência também entraram em confronto com manifestantes.
A ocupação foi liderada por militantes do MTST, que protestam contra medidas do governo interino de Michel Temer (PMDB) como da revogação de construção de unidades do programa habitacional do Minha Casa, Minha Vida.
Os manifestantes, disse Boulos, estão no térreo do prédio da Presidência e na calçada em frente. Manifestantes picharam 'Fora Temer' e as letras 'MTST' em vermelho nas paredes do edifício.
"Essa é cara da Polícia Militar de São Paulo. É a mesma polícia que mata juventude negra na periferia, é a polícia que reprime a periferia quando ela vem se manifestar na Paulista", afirmou Guilherme Boulos, líder do MTST. "Nós não vamos arredar o pé daqui. Daqui a gente não sai. Se eles quiserem meter em bomba em pais e mães de família que venham".
Após o primeiro confronto, Boulos pediu que os manifestantes se mantivessem na calçada, já que a Polícia Militar teria atacado porque eles teriam fechado parte da avenida.
Dois protestos
No início da noite, os manifestantes do ato "Por Todas Elas", que protestavam "contra o machismo e a cultura do estupro" em frente ao Masp (Museu de Artes de São Paulo), seguiram em direção a rua Augusta, onde fica o prédio ocupado.
A Polícia Militar, então, fechou a avenida. Até as 19h, os protestos seguiam pacíficos. Mas uma barreira da própria PM evitou o encontro das duas manifestações.
Nota da PM
No início da noite desta quarta, a SSP enviou a seguinte nota à imprensa:
"A SSP informa que a Polícia Militar acompanhou a manifestação do MTST na tarde desta terça-feira (1º), na avenida Paulista. Quando chegaram no escritório da Presidência da República, os manifestantes tentaram invadir o prédio. Por isso, foi necessária intervenção policial para impedir a ação. Os manifestantes não atenderam às ordens policiais e reagiram. Foram detidas seis pessoas por dano, desacato e periclitação da vida. Além disso, um policial foi ferido por manifestantes. Uma agência bancária e uma estação do Metrô foram danificadas, além de um supedâneo (cabine elevada) utilizado pela Polícia Militar para a segurança da Avenida Paulista, que foi destruído por manifestantes."
Minha Casa, Minha Vida
Os manifestantes protestam contra a suspensão de parte do programa Minha Casa, Minha Vida. No último dia (17), o Ministério das Cidades, Bruno Araújo, revogou a portaria que habilitava a contratação de unidades habitacionais na modalidade entidades.
O ato se concentrou no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo) por volta das 14h10, a poucos quarteirões do escritório da Presidência. O protesto seguiu, então, pela avenida no sentido Rua da Consolação até o local.
Na mesma tarde, o presidente interino Michel Temer recebeu, no Palácio do Planalto, representantes da FNL (Frente Nacional de Luta no Campo e Cidades). O movimento apresentou sua pauta de reivindicações que envolvem a aceleração da reforma agrária e o apoio à agricultura familiar.
O dirigente nacional da FLN e presidente da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares), Carlos Lopes, avaliou a reunião como positiva. “Apresentamos a pauta macro da reforma agrária e da agricultura familiar e expusemos para o presidente interino a necessidade da manutenção do protagonismo das políticas no campo”, disse.
* (Com informações da Agência Brasil)
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