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Cassação de Cunha pode ser votada na 2ª semana de agosto, diz Maia

Cassação de Cunha será votada com quorum adequado, diz Rodrigo Maia

UOL Notícias

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

19/07/2016 11h42

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (19) que acredita ser possível votar o pedido de cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na segunda semana de agosto. Maia, no entanto, não quis confirmar uma data.

A principal preocupação de Maia é garantir que a sessão que vai decidir sobre a cassação tenha a presença de um grande número de deputados. O processo contra Cunha já está pronto para ser votado no plenário, mas esta semana a Câmara entrou no chamado "recesso branco", tipo de férias informais dos deputados que dura duas semanas, até o início de agosto.

“Na primeira semana [de agosto] acho difícil, mas a partir da segunda é possível”, afirmou Maia. “Só não quero dar data, porque se não tiver quórum, vocês [a imprensa] vão ficar me cobrando que eu adiei a votação. Vamos ter uma noção melhor na primeira semana de qual é o quórum para se dar uma data objetiva desse assunto”, disse o presidente da Câmara.

Cunha passou por processo no Conselho de Ética da Câmara acusado de ter omitido a posse de contas secretas na Suíça que receberam dinheiro de propina do esquema de corrupção na Petrobras. O deputado diz que ele não possuía contas, mas trusts, um tipo de investimento para o qual não é exigida a declaração à Receita Federal. Cunha também nega envolvimento no petrolão e diz que vai provar sua inocência.

Encontro com Rosso

Maia se reuniu na manhã desta terça-feira com o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), candidato derrotado por ele na disputa pela presidência da Câmara. O deputado do DEM disse que o encontro teve o objetivo de mostrar que a base do presidente interino, Michel Temer, está unida.

“O objetivo é mostrar que nós estamos juntos, nós somos da mesma base e o objetivo de todos os deputados, dos 513, é que a Casa volte a produzir. Esse é o objetivo tanto da base como da oposição. Foi uma eleição disputada, difícil, mas foi uma eleição na política, e temos condição de estar dialogando”, disse Maia.

O líder do governo, André Moura (PSC-SE), também participou do encontro, no qual foi discutida a agenda de votações e o sistema de trabalho da Câmara na volta do recesso, quando é esperado que muitos deputados já estejam dedicados às eleições municipais, que serão realizadas em outubro.

Segundo Maia, a previsão é de que em agosto os deputados concentrem as votações na segunda, terça e quarta-feira. Tradicionalmente, as votações na Câmara são realizadas na terça, quarta e quinta-feira.

A mudança foi pensada para que os deputados também possam se dedicar às disputas municipais, nas quais diferentes parlamentares poderão ser candidato.

“O importante é ficar claro que a gente não quer reduzir o número de dias, o que a gente quer é garantir a produtividade”, afirmou Maia.

Na volta do recesso, a Câmara deverá, segundo Maia, analisar cinco medidas provisórias que trancam a pauta, impedindo novas votações e também votar o projeto que trata do acordo de renegociação das dívidas dos Estados.

Também está prevista, já na próxima semana, a instalação da comissão que vai analisar o projeto de lei que muda as regras de exploração do pré-sal, retirando da Petrobras a obrigatoriedade de ser a operadora de todos os blocos de exploração licitados. A lei atual obriga a empresa que vencer os leilões a constituir uma sociedade com a Petrobras para a exploração dos campos de petróleo do pré-sal.

Na noite desta terça-feira, Maia se reúne com o presidente interino, Michel Temer, e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Eles devem conversar sobre a pauta de votações do Congresso Nacional, em jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Temer.