Em visita à cidade de Palocci, Moraes disse que haveria "novidades" na Lava Jato
Em visita a Ribeirão Preto (interior de São Paulo), berço político e cidade natal do ex-ministro Antônio Palocci, no domingo (25), o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse que uma "nova etapa da Operação Lava Jato seria realizada nesta semana". A revelação, um dia antes da prisão do petista, ocorreu durante ato de campanha com integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre).
"Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", declarou ele, na ocasião. Palocci foi preso nesta hoje na 35ª fase da Operação Lava Jato, batizada "Omertà". Ele é acusado de agir ilegalmente em favor da empreiteira Odebrecht.
Horas depois, a assessoria de comunicação do Ministério da Justiça informou que a afirmativa de Moraes foi apenas uma "força de expressão". De acordo com o posicionamento oficial, a ideia era dar uma "garantia" de que as investigações e operações da PF terão continuidade e "atuação independente".
A Polícia Federal também negou o vazamento de informações. Em nota, a instituição informou adotar "o mesmo padrão de compartimentação (...) e que somente as pessoas diretamente ligadas à investigação possuem conhecimento sobre seu conteúdo". "Como foi amplamente demonstrando, o Ministério da Justiça não é avisado com antecedência. Mas é sugerido ao titular da pasta que não se ausente de Brasília", diz o texto.
O discurso chamou atenção porque não é procedimento usual o repasse prévio desse tipo de informação a ministros de Estado. Apesar de a Polícia Federal responder diretamente ao Ministério da Justiça, em geral, o titular da pasta é avisado sobre determinadas operações após o cumprimento das diligências.
Palocci é natural do município paulista e médico formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Foi vereador e, em 1992, prefeito da cidade. Durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, ocupou cargo de ministro da Fazenda (2003-2006), e, no governo de Dilma Rousseff, foi ministro-chefe da Casa Civil (2011).
O criminalista José Roberto Batochio, advogado de Palocci, afirmou que o ex-ministro nunca recebeu vantagens ilícitas. Batochio disse que ainda não tem detalhes sobre os motivos da prisão de Palocci.
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