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Grupo contra a PEC tenta invadir apartamentos de parlamentares em Brasília

Policiais abordam grupo que tentou invadir apartamentos funcionais - Divulgação/Polícia Civil
Policiais abordam grupo que tentou invadir apartamentos funcionais Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Jéssica Nascimento

Colaboração para o UOL, em Brasília

13/12/2016 20h34

Dezenas de pessoas tentaram invadir, no fim da tarde desta terça (13), apartamentos funcionais de parlamentares na quadra 302 Norte, em Brasília. Vídeos feitos por moradores mostram que vários integrantes do grupo chegaram ao local com os rostos cobertos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, ao menos 40 pessoas foram detidas no local. 

O grupo teria feito parte da manifestação contra a PEC do teto de gastos realizada pouco antes na Esplanada dos Ministérios. O ato foi disperso após ação da Polícia Militar que incluiu o uso de bombas de gás lacrimogêneo. 

Ao menos seis policiais ficaram feridos durante o protesto, a maioria alvo de pedradas, informou a SSP-DF (Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal). Um sargento tem suspeita de afundamento de crânio, e passa por exames no Hospital de Base. 

Segundo comunicado da SSP-DF, "um grupo de manifestantes iniciou o confronto" por volta das 17h, "arremessando pedras e paus contra os policiais militares, que precisaram conter o distúrbio com os meios necessários." De acordo com a nota, o grupo teria se recusado a ser revistado pela polícia, que informou ter apreendido "cerca de 300 objetos" nas revistas pessoais, como máscaras, pedaços de madeira, pregos, escudos e bolas de gude.

Já o metalúrgico Célio Dias, que veio de São José dos Campos (SP) para participar do protesto, disse que a ação da PM foi arbitrária.

"A corporação pediu para tirarmos as bandeiras e as máscaras, e nós obedecemos. Mesmo assim, a polícia agiu com truculência e atacou o povo que protestava a favor dos direitos públicos. Tem crianças e idosos aqui. Infelizmente, não respeitaram ninguém", afirmou Dias.

O protesto foi marcado também pela depredação de um ônibus, que foi incendiado, e de placas de sinalização ao longo da Esplanada dos Ministérios. À noite, uma concessionária de automóveis no Setor Comercial Norte também foi alvo de vândalos, que quebraram vidros de veículos e vitrines da loja.

PEC é aprovada no Senado

Apontada pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB) como sua principal medida no campo econômico, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do teto dos gastos públicos foi aprovada em sua última votação no Senado nesta terça-feira (13).

A proposta foi aprovada por 53 votos a favor e 16 contrários na segunda votação, que contou com 70 senadores --o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não votou (veja como cada senador votou). O governo conseguiu apenas quatro votos além dos 49 necessários para aprovar uma mudança na Constituição.

O projeto, que congela os gastos do governo pelos próximos 20 anos, deverá ser promulgado em sessão do Congresso Nacional esta quinta-feira (15). Com a promulgação, o texto passa a ter força de lei.

Apelidada de PEC do Teto, por impor um limite ao crescimento das despesas, a medida é apresentada pelo governo como necessária para recuperar a confiança na economia, melhorar as contas públicas e retomar a geração de empregos. O presidente Michel Temer (PMDB) classificou como uma "vitória" a aprovação da PEC. 

Os críticos da medida dizem que ela vai achatar os investimentos em saúde e educação, o que vai piorar os serviços entregues à população. Durante a tramitação da PEC no Congresso, houve protestos contra a medida por todo o país. Pesquisa Datafolha, divulgada hoje, apontou que a maioria dos brasileiros é contra a emenda, que foi rejeitada por 60% dos entrevistados.

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