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Sonho em ser considerado o "maior presidente nordestino do Brasil", diz Temer

Michel Temer em Maceió - Beto Barata/Presidência da República/Divulgação - Beto Barata/Presidência da República/Divulgação
Temer é abraçado por pessoas durante viagem a Maceió
Imagem: Beto Barata/Presidência da República/Divulgação

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

27/12/2016 13h34Atualizada em 27/12/2016 17h11

O presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira (27), em Maceió, que, ao final de seu mandato, gostaria de ser conhecido como o "maior presidente nordestino" da história, apesar de ser paulista. "Meu objetivo e o meu sonho é que, ao final do meu mandato, vocês possam dizer, embora sendo eu de São Paulo: 'Esse foi o maior presidente nordestino que passou pelo Brasil", disse.

A declaração de Temer foi dada durante cerimônia de divulgação do repasse de verbas no valor de R$ 1,02 bilhão para obras de combate à seca e de acesso à água em 15 Estados das regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe.

Temer, que assumiu o governo este ano após o impeachment de Dilma Rousseff tem mandato até o fim de 2018. Ele já disse publicamente que não quer tentar a reeleição, embora aliados defendam sua candidatura.

Segundo pesquisa Datafolha do começo do mês, 51% dos brasileiros consideram a gestão de Temer ruim ou péssima. Índice que sobe para 60% no Nordeste.

Em seu discurso, ele enfatizou que está tentando ampliar o diálogo entre os Poderes e unidades federativas. "A primeira palavra que mobiliza esse governo é o diálogo. Conversamos com o Congresso porque na democracia é assim, não se governa sozinho. E graças a Deus, contamos com compreensão do Congresso, as medidas que temos mandado tem sido rapidamente aprovadas com índice superior a 88%. É o maior índice de apoio que um governo teve ao longo dos tempos", disse.

"A União só será forte se os Estados e os municípios forem fortes", afirmou o presidente, em referência à Lei da Repatriação, que pretende incentivar o retorno aos cofres públicos de valores, obtidos de forma lícita, de pessoas físicas e empresas que desejam resolver as pendências com o fisco e obter desconto na multa. A lei permitiu recuperar parte das verbas a serem usadas nas medidas antisseca anunciadas nesta terça.

Para a visita de Temer a Maceió, foi montado um grande esquema de segurança, com participação do grupo Antibomba, militares do Exército e até uma delegacia móvel. Um protesto contra o governo federal, na porta do Centro de Convenções, reuniu cerca de 150 pessoas faixas e cartazes, mas não houve incidentes.

Combate à seca

O governo vai investir R$ 755 milhões na construção de 133 mil cisternas, microaçudes e programas de acesso à água, sendo 76 mil serão para consumo de famílias. A medida deve beneficiar mais de 1 milhão de pessoas em 759 municípios, além de 7 mil escolas públicas na região do semiárido, segundo o governo.

Do total investido, R$ 250 milhões são recursos repatriados pelo governo graças à Lei da Repatriação. Outros R$ 255 milhões são procedentes da reativação de 40 convênios entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), Estados e municípios. Os contratos venceriam no dia 31 de dezembro. O restante --R$ 250 milhões-- está previsto na Lei Orçamentária Anual de 2017.

A cerimônia contou com a participação de governadores e vice-governadores dos Estados beneficiados, e dos ministros Osmar Terra (Desenvolvimento Social), Marx Beltrão (Turismo) e Hélder Barbalho (Integração).