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Sorteio de relator da Lava Jato será eletrônico; entenda

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Imagem: Folhapress

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

01/02/2017 19h49Atualizada em 02/02/2017 10h09

O sorteio do novo relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal) será feito por meio do mesmo sistema eletrônico utilizado na distribuição dos processos no tribunal.

A escolha é feita automaticamente pelo sistema, sem interferência humana. A única ação adotada por um servidor do tribunal será marcar no sistema um dos processos da operação e determinar o início do sorteio para sua redistribuição.

Uma vez definido o novo relator, os demais processos ligados à Lava Jato serão encaminhados ao mesmo ministro, de acordo com a regra jurídica da prevenção, que atribui ao mesmo julgador casos correlatos.

É esperado que o sorteio do relator da Lava Jato seja feito nesta quinta-feira (2). A escolha foi precipitada pela morte do ministro Teori Zavascki num acidente aéreo em janeiro.

O antigo relator dos processos da Lava Jato no Supremo foi homenageado na sessão desta quarta-feira (1º), que marcou a abertura do ano judiciário.

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Histórico pesa na escolha

O sistema do Supremo ainda atribui um peso ao histórico de distribuição dos processos na hora do sorteio. A ideia é que ministros que receberam mais casos recentemente tenham menos chance de receber um novo processo.

Mesmo assim, segundo técnicos do STF, essa variação seria mínima, da ordem de casas decimais, para que o histórico não tenha muito peso no sorteio.

Número indicará relator

Ao realizar o sorteio, o sistema eletrônico do Supremo não indicará o nome do novo relator, mas um número de zero a 100. É esse número que irá determinar o novo relator.

Previamente, o sistema dispõe os nomes dos ministros por faixas numéricas, também numa escala de zero a 100. Por exemplo, se o sorteio for feito entre os cinco ministros da 2ª Turma, cada um deles vai ocupar uma faixa de zero a 20, de 20 a 40, de 40 a 60, e assim até 100.

Fazem parte da 2ª Turma os ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Dias ToffoliRicardo Lewandowski e Edson Fachin. A decisão de sortear entre todos os magistrados do Supremo incluiria também os ministros Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.

O número sorteado é então comparado com o ministro correspondente àquele algarismo. O sistema não sorteia apenas números inteiros, mas também frações numéricas, como 20,56, por exemplo.

A presidente do STF, Cármen Lúcia, ainda não divulgou se fará o sorteio apenas entre os integrantes da 2ª Turma, à qual pertencia Teori, ou se irá escolher o relator entre os outros nove ministros do tribunal (a presidente está fora do sorteio e o substituto de Teori ainda não foi indicado).

Ordem vem de Cármen Lúcia

Para realizar o sorteio, Cármen Lúcia emite uma ordem administrativa determinando a redistribuição dos processos da Lava Jato.

Esse despacho é recebido pela Secretaria Judiciária do Supremo, que procede ao sorteio do novo relator. O sistema que realiza o sorteio só pode ser utilizado dos computadores localizados na sede do STF.

Em tese, qualquer servidor do Supremo que trabalha com a distribuição de processos poderia operar a realização do sorteio no sistema eletrônico. Mas é esperado que o ato seja acompanhado por alguém da chefia do setor.