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Lula defende greve e diz que reforma é 'volta ao tempo da escravidão'

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

28/04/2017 14h57Atualizada em 28/04/2017 16h10

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta sexta-feira (28) a greve geral convocada por movimentos sociais e afirmou que a reforma trabalhista que tramita no Congresso Nacional é "volta à escravidão".

"Essa gente quer voltar ao tempo da escravidão, ao tempo de antes de Getúlio Vargas”, disse o líder do PT, em entrevista à "Rádio Guaíba", de Porto Alegre.

Para Lula, a paralisação desta sexta contra as reformas trabalhista e da Previdência do governo Michel Temer pode servir como pressão sobre deputados e senadores, de forma a recuarem. "É uma greve que pode fazer com o que Congresso mude de comportamento", frisou. "É uma greve histórica que acontece no Brasil."

Lula, entretanto, não poupou os congressistas, dizendo que "a sensibilidade política dessa gente é zero" e acusando-os de terem comandado um "golpe na Dilma [Rousseff]".

Para o ex-presidente, em vez de cortes no Orçamento e reformas, se se quiser resolver o problema do deficit da Previdência e da crise, "precisa fazer a economia crescer".

Em relação à Operação Lava Jato, na qual é réu e dará depoimento no dia 10 próximo ao juiz Sergio Moro, Lula disse ter "convicção de que sairá desse processo inocentado", porque não há "provas" contra ele. "Estou muito tranquilo, não tenho nenhuma preocupação", disse o ex-presidente.

Questionado sobre a possibilidade de seu ex-ministro Antonio Palocci fechar colaboração premiada com a Justiça, o ex-presidente minimizou: "Tenho certeza de que pode prejudicar muita gente, menos eu".

Palocci, que está preso em Curitiba no âmbito da Lava Jato, foi ministro da Fazenda no primeiro mandato de Lula e da Casa Civil no começo da gestão de Dilma.

Lula fez sua defesa listando a trajetória na vida pública: "As pessoas que me acusam não têm nenhuma biografia política", apontou. "O dado concreto é que o povo brasileiro sabe quem sou." 

O ex-presidente encerrou sua participação ao vivo defendendo a política como força de transformação: "Não existe saída fora da política", disse. "Fora da política é o nazismo, o fascismo, a ditadura."