Lula demonstrou sua inocência, diz advogado do ex-presidente
Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que o petista provou, em seu depoimento ao juiz Sergio Moro nesta quarta-feira (10), que não é o dono do tríplex do Guarujá (SP), como acusa a força-tarefa da Operação Lava Jato. "Meu cliente demonstrou claro a sua inocência e mostrou também que não teve conhecimento e nunca participou de qualquer ato ilícito relacionado à Petrobras", disse o advogado Cristiano Zanin Martins.
"Ficou claro também que o ex-presidente está sendo julgado não pelo tríplex do Guarujá e sim por sua passagem pela Presidência da República", afirmou o advogado Cristiano Zanin Martins, em entrevista coletiva concedida após o interrogatório de Lula, que durou quase cinco horas e foi realizado na sala de audiência da 13ª Vara Federal de Curitiba. Zanin também declarou que Lula está sendo perseguido politicamente por meio de um procedimento jurídico.
Zanin afirmou também que Moro questionou o ex-presidente a respeito de assuntos que não tinha relação com o assunto da ação penal, a exemplo do julgamento do mensalão. "Ora desde quando uma pessoa que está ali para se defender tem que dar uma opinião sobre um julgamento já finalizado sobre a Suprema Corte brasileira? Isso não tem o menor cabimento", afirmou o defensor.
Por sua vez, o advogado José Roberto Batochio afirmou que o juiz Sergio Moro não deveria ser o magistrado escolhido para julgar o processo do tríplex, pois os supostos crimes não foram cometidos em Curitiba. "Vamos questionar isso e lembramos que decisões em um foro incompetente. São nulas", disse o advogado.
Durante quase cinco horas, o ex-presidente prestou depoimento, na condição de réu, em uma ação penal na 13ª Vara Federal de Curitiba, sob a acusação de ter recebido propina da OAS, no âmbito do esquema de corrupção em contratos da Petrobras. Segundo a denúncia, Lula teria recebido da empreiteira um tríplex no Guarujá (SP), além do pagamento do armazenamento de bens recebidos durante sua passagem pela Presidência da República (2003-2010).
O valor total da vantagem indevida seria de R$ 3,7 milhões, como contrapartida por três contratos entre a OAS e a Petrobras, segundo o MPF (Ministério Público Federal).
Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, disse no último dia 20 de março, em depoimento ao juiz Sergio Moro que o apartamento tríplex no edifício Solaris pertence ao ex-presidente.
"O apartamento era do presidente Lula. Desde o dia em que me passaram para estudar os empreendimentos da Bancoop, já foi me dito que era do presidente Lula e sua família", respondeu o ex-presidente da OAS.
A OAS assumiu empreendimentos que a Bancoop não concluiu por dificuldades financeiras, entre eles o Solaris. A Bancoop era uma cooperativa habitacional de bancários de São Paulo, fundada na década de 1990 por petistas como Ricardo Berzoini, ex-presidente do partido.
Segundo Pinheiro, o imóvel no Guarujá nunca foi colocado à venda por estar reservado para a família de Lula.
"Nunca [o tríplex] foi colocado à venda pela OAS. Eu tinha a orientação para não colocar à venda, que pertenceria à família do presidente. Em 2009, foi dito pra mim: Essa unidade, não faça nenhuma comercialização sobre ela, ela pertence a família do presidente."
A denúncia do MPF (Ministério Público Federal) acusa Lula de ser o real dono de um apartamento tríplex no edifício Solaris, no Guarujá (SP), construído pela OAS e do qual a empresa é dona no papel.
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