Temer já perdeu 4 de seus 5 assessores especiais. Você sabe qual é a função deles?
Nos últimos seis meses, o presidente Michel Temer (PMDB) viu três dos cinco assessores especiais da Presidência terem seus nomes envolvidos em esquemas de corrupção: José Yunes, Tadeu Filippelli e Rodrigo Rocha Loures. Outro auxiliar direto de Temer, Sandro Mabel, que atuava como assessor especial, embora nunca tenha sido formalizado no cargo, também foi citado em suposto pagamento de propina e pediu para sair do governo nesta semana.
No momento, o único assessor especial do presidente é o jurista Gastão Toledo, que o aconselha juridicamente. Mas, afinal, o que é e o que faz um assessor especial da Presidência da República?
Esse é um cargo comissionado do governo federal, ocupado por pessoas de extrema confiança do presidente. Hierarquicamente, os nomeados se situam abaixo de ministros, secretários-executivos, subchefes e das chamadas posições de natureza especial, como a da chefe de gabinete de Temer, Nara de Deus. Ou seja, é um posto do alto escalão, mas não o principal.
No entanto, na prática, eles podem ter mais proximidade com o presidente do que qualquer um dos citados acima. Isso porque os gabinetes dos assessores especiais ficam no terceiro andar do Palácio do Planalto, a poucos metros do gabinete presidencial, no mesmo pavimento.
As salas ficam viradas para a parte de trás do prédio e têm vista para o lago Paranoá e os bairros Asa Norte e Lago Norte. Por ser onde se localiza o presidente, o terceiro andar é o mais bem guardado do Planalto, com seguranças com porte de arma de fogo nas saídas dos elevadores e na entrada dos gabinetes.
Com funções variadas, os assessores especiais servem tanto para aconselhar política e juridicamente o presidente quanto para substituí-lo em eventos e reuniões. Eles dão sugestões a Temer de como agir e conversam com deputados e senadores para mapear o clima no Congresso.
No dia seguinte à eleição da Presidência e da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, em fevereiro, por exemplo, Rocha Loures realizou um mapeamento de como cada bancada e partido se comportou na votação, além de uma análise para identificar quais foram os "vencedores" e "perdedores" na disputa interna. Todas as informações foram levadas a Temer. Com base nesses dados, o Planalto pôde cobrar mais fidelidade de parlamentares "rebeldes" e realizar negociações.
Os assessores especiais também ouvem demandas de empresários e demais pessoas ou grupos que gostariam de falar com Temer, mas que ele não quer ou não tem tempo para receber. Entre suas obrigações está, inclusive, providenciar cartas de desculpas pelo não comparecimento do presidente em eventos para o qual foi convidado.
Integrantes do movimento “Nas Ruas” foram recebidos por Rocha Loures no Planalto em janeiro deste ano depois de esperarem mais de duas horas. Na ocasião, o grupo entregou uma lista com sugestões de nomes para substituir o ministro Teori Zavascki do STF (Supremo Tribunal Federal), morto em acidente aéreo no litoral de Paraty, no Rio de Janeiro. O escolhido por Temer, o ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes, não estava na relação entregue pelo movimento.
Dias depois, com a articulação de Rocha Loures, representantes do movimento foram recebidos por Temer e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco.
Sem novos assessores no momento
O cargo de assessor especial não é obrigatório no organograma do Palácio do Planalto por não ser uma posição de chefia. Assim, o presidente não tem a necessidade de nomear novos assessores em substituição a Yunes, Filippelli, Rocha Loures e Mabel. Segundo interlocutores de Temer, no momento, com a crise política desencadeada pela delação de executivos da JBS, a questão não é prioridade.
“Temer vai ver depois quem chamar. Não há nomes sendo cogitados. Ele tem outras questões mais importantes a resolver agora”, afirmou um assessor do peemedebista.
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