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Grupos contra e a favor de Lula marcam atos no mesmo horário e lugar em SP

Thâmara Kaoru e Ricardo Marchesan

Do UOL, em São Paulo

12/07/2017 16h28

Grupos contra e a favor da condenação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva marcaram atos para esta quarta-feira (12) na avenida Paulista, em São Paulo, praticamente no mesmo horário, com apenas uma hora de diferença entre um e outro.

O PT de São Paulo, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e movimentos de esquerda marcaram ato no Masp, às 17h, contra a condenação de Lula. O movimento Vem pra Rua convocou ato também no Masp, mas com horário de início às 18h. O MBL (Movimento Brasil Livre) informou que não incentivará ato na Paulista nesta quarta para evitar possíveis conflitos com manifestantes que são contra a condenação de Lula.

O UOL questionou a Polícia Militar do Estado sobre o que seria feito para garantir a segurança e evitar confrontos entre os dois grupos, mas a assessoria afirmou que ainda não tinha informações sobre os protestos convocados. De acordo com a PM, quando há manifestações, o policiamento da área é acionado para fazer a segurança.

O PT também chamou marcou atos em Porto Alegre, às 17h30 em frente à sede municipal do partido, e em Brasília, no auditório da CUT (Central Única dos Trabalhadores) às 18h.

Rogério Chequer, líder do Vem Pra Rua, afirmou em entrevista à rádio Jovem Pan que também estão sendo chamadas manifestações em outras cidades.

"Nós estamos anunciando há muitos meses que no dia em que Lula for condenado nós nos reuniremos na avenida Paulista", afirmou Chequer.

"Vão estar lá as pessoas que são favoráveis ao prosseguimento desse processo da Lava Jato, do processo de continuação da condenação de Lula em segunda instância", disse Chequer.

Lula é condenado

Lula foi condenado na tarde desta quarta-feira a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. O ex-presidente vai recorrer em liberdade.

A condenação é por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sob a acusação de ter sido beneficiado com um tríplex em um condomínio em Guarujá (SP). Moro acatou a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) na qual, segundo a acusação, o ex-presidente recebeu propina por conta de três contratos firmados entre a empreiteira OAS e a Petrobras, entre 2006 e 2012.

Segundo a acusação, Lula teria sido beneficiado por meio do imóvel e também do pagamento pelo armazenamento de bens do petista entre 2011 e 2016, como presentes recebidos no período em que ele era presidente.

Os advogados de Lula dizem que a decisão do magistrado "ataca a democracia brasileira e o brasileira e o Estado de direito". Para eles, o "julgamento feito por Moro envergonha o Brasil ao ignorar provas contundentes de inocência". Em comunicado, a defesa do petista diz que ele "foi alvo de investigação com motivação política". "Nenhuma prova crível da culpa de Lula foi produzida durante o processo, e provas de sua inocência foram ignoradas".

Os advogados voltam a afirmar que o ex-presidente seria inocente e que "sempre cooperou com investigações". "[Lula] deixou claro a Moro que o lugar para resolver diferenças políticas é a urna e não o tribunal".