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Lava Jato cria força-tarefa em SP para apurar casos que envolvem Lula, Haddad e metrô

Fachada da construtora Odebrecht, em São Paulo (SP) - Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo
Fachada da construtora Odebrecht, em São Paulo (SP) Imagem: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo

Daniela Garcia

Do UOL, em São Paulo

20/07/2017 19h10

A Operação Lava Jato contará com um braço de investigação em São Paulo a partir desta quinta-feira (20) para apurar supostos crimes cometidos por políticos e agentes públicos relatados por ex-executivos da Odebrecht. Se a Polícia Federal instaurar os inquéritos, o grupo atuará em casos que envolvem, entre outros, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e as obras da linha 2 do Metrô da capital.

O MPF-SP (Ministério Público Federal em São Paulo) já pediu à Polícia Federal a abertura de 14 inquéritos no Estado decorrentes das delações da Odebrecht. Caso sejam instaurados todos os inquéritos, caberá a nova força-tarefa investigar suposta atividade ilícita de 12 políticos dos partidos PT, PSDB e PSDC.

O desmembramento da operação terá como foco casos que o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), repassou para a Justiça Federal da capital.

O grupo recém-formado é composto por quatro procuradores da República: Thiago Lacerda Nobre, José Roberto Pimenta Oliveira, Anamara Osório Silva e Thaméa Danelon Valiengo. A força-tarefa se diferencia da conhecida estrutura existente em Curitiba, pois os procuradores de São Paulo não terão dedicação exclusiva à operação. 

Veja quais são os 14 pedidos de inquérito:

- Vantagens indevidas não contabilizadas no valor de um milhão de reais no âmbito da campanha eleitoral do candidato Alexandre Padilha (PT) para o governo de São Paulo em 2014.

- Vantagens indevidas não contabilizadas no âmbito da campanha eleitoral do candidato a deputado federal pelo estado de São Paulo Edson Aparecido (PSDB) em 2010.

- Vantagens indevidas não contabilizadas no âmbito de campanha eleitoral de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo.

- Vantagens indevidas não contabilizadas no valor de 30 mil reais no âmbito da campanha eleitoral do candidato Francisco Chaves em 2010.

- Repasses de 50 mil reais na campanha eleitoral de 2010 a João Paulo Cunha (PSDB).
 
- Vantagens indevidas não contabilizadas no âmbito de campanha eleitoral de José Aníbal Peres de Pontes (PSDB) em 2010.
 
- Repasses em 2010 de 50 mil reais à campanha eleitoral de José Antônio Barros Munhoz (PSDB) para a Assembleia Legislativa de São Paulo.
 
- Vantagens indevidas não contabilizadas no âmbito da campanha eleitoral de 2010 de José Genoíno (PT).
 
- Vantagens indevidas não contabilizadas no âmbito da campanha eleitoral do candidato José Maria Eymael (PSDC) nas eleições para Presidente da República de 2010.
 
- Pagamento de vantagem não contabilizada na campanha eleitoral de 2010 a José Ricardo Montoro (PSDB) para a Assembleia Legislativa de São Paulo.
 
- Suposto comprometimento de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com Emílio Odebrecht para reforçar as relações com a então presidente Dilma Roussef (PT), acertando como contrapartida auxílio a Luís Claudio Lula da Silva no desenvolvimento do campeonato brasileiro de futebol americano.
 
- Pagamento, por parte do Grupo Odebrecht, de uma espécie de “mesada” em favor de José Ferreira da Silva (Frei Chico), irmão do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
 
- Pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos no contexto das obras da linha 2 do Metrô de São Paulo.
 
- Pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos visando a celebração de acordo judicial referente a contrato de construção da rodovia Carvalho Pinto.