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Bolsonaro impõe condição ao PEN para se filiar ao partido

10.ago.2017 - Deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) faz pronunciamento em hotel do Rio - Ricardo Borges/Folhapress
10.ago.2017 - Deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) faz pronunciamento em hotel do Rio Imagem: Ricardo Borges/Folhapress

Paula Bianchi

No Rio

10/08/2017 18h49Atualizada em 10/08/2017 19h00

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou nesta quinta-feira (10) que seu "casamento" com o PEN depende de o partido retirar a Ação Declaratória de Constitucionalidade que move ao lado da OAB contra a decisão do STF de permitir as prisões já na segunda instância. Ele estuda concorrer à presidência pelo partido.

"Isso mexe com o futuro do Brasil", afirmou ao dizer que a ação vai contra a operação Lava Jato e incentiva a corrupção. O evento foi realizado pelo partido PEN em um hotel na zona oeste do Rio. 

"Tem coisas que podem dar certo, coisas que podem dar errado. Tomei conhecimento dessa ação faz dez dias. Essa ação tendo um parecer favorável é o fim da Lava Jato", atestou o deputado.

Bolsonaro disse que por enquanto tem um "namoro" com o PEN, que só poderá virar casamento se sua condição for aceita.

Presidente do PEN, Adilson Barroso disse que o partido entrou com a ação pensando na população mais pobre que acaba presa injustamente, mas que iria fazer o possível para retirar a medida. 

Bolsonaro informou nesta tarde que iria fazer uma "anúncio de extrema importância para o futuro do país". A expectativa era de que o deputado formalizasse sua pré-candidatura à presidência, o que não ocorreu e frustrou dezenas de pessoas que se amontoaram em uma sala do hotel.

O deputado ainda criticou as urnas eletrônicas, que considera fraudulentas, e disse que, com esse sistema, nunca irá se eleger presidente.

Para ele o "único candidato que resta no sistema" é o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB-SP). "Dória tem um trabalho hercúleo pela frente. Está no comando da maior cidade do país. Ele sobra como o único candidato do sistema", disse Bolsonaro, que evitou, no entanto, dizer quem vê como sua maior concorrência.

Em pesquisa Datafolha divulgada no dia 26 de junho, Bolsonaro apareceu em segundo lugar nas intenções de voto para eleição presidencial de 2018, atrás apenas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No evento desta quinta, mesmo sem se lançar oficialmente como pré-candidato, o deputado afirmou: "estou no segundo turno".