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Alckmin diz que Doria não deve sair do PSDB e que aceita disputar prévias com ele

4.set.2017 - Felipe Rau/Estadão Conteúdo
Imagem: 4.set.2017 - Felipe Rau/Estadão Conteúdo

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

04/09/2017 13h27Atualizada em 05/09/2017 10h52

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (4) não acreditar que o prefeito de São Paulo, o também tucano João Doria, sairá da sigla para disputar a Presidência da República nas eleições do ano que vem e que não vê problemas em disputar as prévias do partido com ele.

Em entrevista publicada nesta segunda-feira no jornal “O Estado de S. Paulo”, Doria não descartou sair do PSDB e disse que não disputaria prévias com Alckmin.

"Eu acho que ele não sai do PSDB. Ele acabou de ser eleito [prefeito de São Paulo]. Tem compromisso com o PSDB", afirmou.

Na entrevista, Doria afirmou que foi sondado por PMDB e DEM, além de outros dois partidos que não tiveram o nome divulgado, para ser candidato nas eleições de 2018.

O prefeito de São Paulo é filiado ao PSDB desde 2001, tendo sido eleito pela primeira vez para um cargo público no ano passado, após apadrinhamento de Alckmin.

O governador disse ainda não ver problemas em disputar previas com Doria.

"Eu não vejo nenhum problema. O João é uma pessoa muito querida, vamos trabalhar juntos e tudo tem seu tempo. Nós tomamos um cafezinho aqui e foi muito bom", brinco ao falar com jornalistas do lado de fora do Fórum Exame, após participação no evento, em São Paulo.

Alckmin declarou ainda que "a democracia começa dentro de casa".

"Não é enfrentar o outro. A democracia começa dentro de casa. Então, se você só tem um candidato, ótimo, vamos ao trabalho. Se você tem mais de um, é preciso ter uma maneira democrática de escolher. A prévia é a forma mais democrática", afirmou o governador.

O que é novo na política?

Em discurso no evento, Alckmin criticou, sem citar o nome de Doria, quem defende a ideia de que o novo na política é ser jovem ou ter pouca experiência em cargos políticos.

"O novo é idade? Trinta, cinquenta, setenta anos? Eu acho o FHC Fernando Henrique Cardoso novo, e ele tem um pouco mais que isso. Novo é nunca ter sido candidato, ter experiência pública ou mandato? O novo é, primeiro, falar a verdade, olhar nos olhos e as pessoas acreditarem e, segundo, defender o interesse coletivo, que é órfão no Brasil todo dia", disse.

O tucano afirmou também que, se for presidente, pretende apresentar, logo de cara, reformas da Previdência e tributária, deixando claro que o principal problema do país é fiscal. "Governo não é para ser executor, mas sim regulador e fiscalizador", disse.

Ele criticou a decisão do governo em dar aumento de salário a servidores com quatro anos de antecedência. "É inacreditável isso em país com rombo fiscal", afirmou. "Quando a dívida passar dos 80% do PIB, temos um problemão", declarou. Em relação ao câmbio, disse que sua preocupação é não deixar a moeda sobrevalorizar.

Alckmin citou, inclusive, quais são os economistas com quem tem conversado para discutir a situação do país: Armínio Fraga, Eduardo Giannetti da Fonseca, José Roberto Mendonça de Barros, Pérsio Arida, Monica de Bolle e até o senador paulista José Serra (PSDB). Ele evitou, no entanto, dizer quais seriam os seus ministros. "Isso dá um azar danado", disse.