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Ciro diz que Palocci derruba narrativa de Lula e que eleger Doria seria "compulsão suicida"

JOÃO GODINHO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: JOÃO GODINHO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, de Belo Horizonte

12/09/2017 21h49Atualizada em 13/09/2017 15h15

O vice-presidente nacional do PDT e pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes afirmou nesta terça-feira (12) que o ex-ministro Antonio Palocci (PT) jogou por terra a “narrativa” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre sua inocência.

Na última quarta-feira (6), Palocci mencionou em depoimento ao juiz Sergio Moro presentes da Odebrecht a Lula, entre eles o sítio de Atibaia, além de R$ 300 milhões da empreiteira para o partido --acusações negadas pela legenda e seu líder. Palocci foi ouvido como réu em um processo criminal da Operação Lava Jato,

"A relação de Palocci com Lula derruba a narrativa de inimigo externo ao PT promovendo via judicial uma injustiça contra o ex-presidente da República", disse Ciro Gomes, ex-ministro de Lula, durante evento sindical em Belo Horizonte.

"Na medida em que o braço direito do Lula, como eu sei que o Palocci era, faz isso [a acusação] que fez, fica muito difícil sustentar essa narrativa. Pelo menos, [fica difícil] atribuir isso a um inimigo", afirmou o pedetista, rechaçando ainda os argumentos lançados pelo ex-presidente para desqualificar as acusações de Palocci. "A tentativa de dizer que Palocci estaria mentindo para ter o benefício da delação premiada é chocante."

Ciro também defendeu que Lula "tem responsabilidade política muito grande". "Foi quem nomeou Palocci toda a vida, para todos os cargos que ocupou. Vamos supor que o Lula seja inocente: dói muito no meu coração um homem que prestou tantos serviços ao país ser condenado por ladroagem vulgar", disse.

Ciro comentou ainda sobre os R$ 51 milhões em dinheiro encontrados em um apartamento em Salvador que teriam sido escondidos pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). "Essa montanha de dinheiro no apartamento de Geddel Vieira Lima, esse dinheiro foi roubado durante o governo Lula e Dilma", afirmou.

Há duas semanas, Ciro voltou a comentar que a candidatura do ex-presidente seria ruim para o país. Ele não deu pistas, porém, se poderia vir a apoiar o petista. “Eu não gostaria de ser candidato se o Lula for. Mas se ele for candidato o país vai se dividir e não vai conseguir discutir projetos de governo durante a campanha”, disse.

“O país vai se rachar em ódio e paixões e não vai ter um minuto sequer para debater os problemas do país. Mas isso (candidatura de Lula) não será nenhum impedimento para minha candidatura”, afirmou.

Eleger Doria é “compulsão suicida”, diz Ciro

O pré-candidato à Presidência disse ainda que a população só elegerá em 2018 um político como o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), se tiver “compulsão suicida muito grave”.

“[Doria] é um velho político que participou do governo [José] Sarney. Ele faz marquetagem, engana os bobos, mas a máscara está caindo, farsante como é", disse.

Ele ainda comparou Doria à ex-presidente petista Dilma Rousseff. "Para chegar à Presidência um quadro dessa natureza, só se o brasileiro estiver com compulsão suicida muito grave. Porque parte do que estamos pagando deve-se à inexperiência de Dilma, uma pessoa não treinada que teve como primeira experiencia a Presidência da República", afirmou o ex-ministro.