Leia a íntegra da carta em que Palocci rompe com o PT e busca acerto de contas com o partido
O ex-ministro Antonio Palocci pediu a desfiliação do PT nesta terça-feira (26), um ano após ter sido preso na Operação Lava Jato. O PT aceitou o pedido e desfiliou Palocci da sigla poucas horas depois. "Política e moralmente, Palocci já está fora do PT", afirmou em nota a presidente do partido, Gleisi Hoffmann.
"Ofereço minha desfiliação, e o faço sem qualquer ressentimento ou rancores. Meu desligamento do partido fica então à vossa disposição", disse em carta endereçada à Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores. No texto de quase quatro páginas, Palocci busca traçar um acerto de contas com o partido ao qual era filiado desde 1981.
"Vocês sabem que procurei ajudar no projeto do PT e do presidente Lula em todos os momentos. Convivi com as dificuldades e os avanços. Sabia o quanto seria difícil passar por tantos desafios políticos sem qualquer desvio ético. Sei dos erros e ilegalidades que cometi e assumo minhas responsabilidades. Mas não posso deixar de destacar o choque de ter visto Lula sucumbir ao pior da política no melhor dos momentos de seu governo", afirmou o agora ex-petista em sua carta de desfiliação.
A desfiliação de Palocci, que estava no partido desde 1981, é o ponto máximo de um processo de afastamento entre o político e o partido que começou com a negociação de um acordo de delação premiada de Palocci na Operação Lava Jato.
Em abril, durante interrogatório feito pelo juiz Sergio Moro, Palocci já tinha deixado claro que estava disposto a colaborar com as autoridades. Neste mês, respondendo a processo junto de Lula, acusou o ex-presidente e o PT de terem feito um "pacto de sangue" com a Odebrecht, que envolveria um "pacote de propinas", o que levou à abertura do processo no PT de Ribeirão Preto. A suspensão veio em seguida, em caráter simbólico.
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