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Operador quebra silêncio e diz que propina a Cabral na área da saúde começou após posse

Fabio Motta/Estadão Conteúdo
Imagem: Fabio Motta/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade e Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

08/11/2017 20h15

Apontado como um dos operadores do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) nas ações penais da Lava Jato, Carlos Miranda quebrou o silêncio e respondeu pela primeira vez a perguntas em audiência da 7ª Vara Federal Criminal (RJ), nesta quarta-feira (8).

Segundo ele, o ex-governador e o ex-secretário de Estado de Saúde Sérgio Côrtes receberam propina em grandioso esquema de corrupção a partir da compra de equipamentos hospitalares. Os três são réus no mesmo processo, decorrente da Operação Fatura Exposta.

"Eu fui informado pelo Cabral que o Côrtes, então secretário de Saúde, ia organizar umas compras e delas existiria o pagamento de propina", resumiu Miranda.

Ainda de acordo com o depoente, ele era cobrado com frequência pelo ex-chefe do Executivo fluminense a respeito da contabilidade da propina. "Encontros regulares com ele [Cabral] para mostrar [a movimentação financeira]. Encontros semanais ou quinzenais."

“Não era um empresário investindo em um candidato”, disse, contrariando as versões de Cabral e Côrtes apresentadas nesta quarta na 7ª Vara Criminal Federal. O magistrado chegou a questioná-lo diretamente se os valores repassados eram propina a que o operador anuiu. “Eram.”

Cabral também prestou depoimento nesta quarta-feira e declarou que nunca ter solicitado pagamento de propina, e sim de caixa dois.

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Esquema começou após posse de Cabral, diz o operador

Segundo Miranda, os pagamentos de propina tiveram início em 2007, logo após Cabral tomar posse. Miranda disse que era o responsável por recolher pessoalmente os valores, aproximadamente 5% de cada contrato. O operador se referia a contratos na área da saúde celebrados por Côrtes.

Miranda disse ainda que o dinheiro era encaminhado diretamente ao doleiro Renato Chebar. A partir de 2011, segundo Miranda, Luiz Carlos Bezerra, também apontado como operador de Cabral, começou a ajudá-lo a recolher os valores devido a rumores de que ele estaria envolvido na operação Castelo de Areia. Miranda disse ter sido orientado por Cabral a “se expor menos”.

Confira na íntegra como foi o depoimento de Cabral nesta quarta

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