Topo

Ex-funcionários da Petrobras são condenados por contratos de navios-plataforma

Zelada foi um dos três ex-funcionários da Petrobras condenados pela 3ª Vara Federal do Rio - Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo
Zelada foi um dos três ex-funcionários da Petrobras condenados pela 3ª Vara Federal do Rio Imagem: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

13/12/2017 14h33Atualizada em 13/12/2017 15h20

Os ex-funcionários da Petrobras Pedro Barusco, Jorge Zelada e Paulo Carneiro foram condenados pela 3ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em esquema envolvendo pagamento de propina em contratos entre a estatal e a SBM Offshore sobre navios-plataforma.

Segundo MPF (Ministério Público Federal), o esquema envolvia contratos que somavam quase US$ 29 bilhões da Petrobras com a SBM. Pelos contratos, havia o pagamento de comissões --variando entre 3% e 10%-- por fraudes em contratos, de acordo com investigações. Mais de US$ 139 milhões em propina estariam relacionados ao esquema, diz a denúncia. A Procuradoria, porém, afirma que de 1998 a 2012, com o uso de empresas de fachada, houve pagamentos indevidos na Suíça de pelo menos US$ 46 milhões em função dos contratos. O repasse, então, era feito a funcionários da Petrobras envolvidos no esquema.

Carneiro, que foi membro da comissão de licitação da Petrobras, foi sentenciado a 24 anos, dez meses e 20 dias de reclusão. Já Zelada, ex-diretor da área Internacional da estatal, recebeu pena de 13 anos, cinco meses e dez dias de prisão.

Ex-gerente do setor de Engenharia, Barusco irá cumprir dois anos de prisão em regime aberto por ter feito acordo de colaboração. Ele também deverá prestar serviços à comunidade por dois anos e seis meses.

Na ação, também foram condenados dois ex-agentes de venda da SBM: Julio Faerman e Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva.

Por ser colaborador da Justiça, Silva recebeu uma pena similar à de Barusco. Já Faermam cumprirá 28 anos de reclusão.

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), entre multas e repatriações, já foram recuperados neste caso mais de R$ 286 milhões.

O MPF no Rio de Janeiro analisa os aspectos da sentença que poderão ser objeto de recurso ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

À reportagem, a defesa de Pedro Barusco disse que não irá se pronunciar.

Por meio de nota, Renato de Moraes, advogado de Zelada, disse que recorrerá da sentença. "A defesa de Jorge Zelada, inconformada com a condenação, uma vez intimada, vai recorrer da sentença."

O UOL não conseguiu contato com as defesas dos outros condenados.