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Barbosa se filia ao PSB e admite possibilidade de se candidatar à Presidência

Betina Humeres/Agência RBS/Estadão Conteúdo
Imagem: Betina Humeres/Agência RBS/Estadão Conteúdo

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

06/04/2018 23h22Atualizada em 09/04/2018 14h52

O PSB anunciou nesta sexta-feira a filiação de Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Há uma expectativa de que o ex-ministro seja o candidato do partido à Presidência da República, mas essa possibilidade ainda está sendo estudada por Barbosa e pelo PSB.

Em comunicado postado em sua página no Facebook, o ex-presidente do Supremo admitiu que ainda não sabe qual será sua posição na eleição de outubro, mas afirmou que se filiou para não perder o prazo caso deseje se candidatar à Presidência. A Justiça Eleitoral exige que candidatos tenham, ao menos, seis meses de filiação partidária. Os partidos têm até 15 de agosto para apresentarem o pedido de registro de candidatos.

"A muitos pode parecer paradoxal, mas das conversas com o PSB construiu-se um entendimento que, no fundo, me traz um certo conforto e propicia mais tempo para reflexão na tomada de uma decisão final. É que, embora uma parcela considerável das lideranças do partido externem simpatia pela minha filiação, o fato é que, em total transparência, o PSB deixou claro que não me garante de antemão a legenda para uma possível candidatura à Presidência da República", escreveu Barbosa.

"Tal arranjo me convém, pois, como dito anteriormente, ainda questiono se devo ou não ingressar na disputa político-eleitoral. No entanto, a legislação eleitoral brasileira impõe prazos peremptórios", afirmou.

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A ficha de filiação de Barbosa foi assinada à noite, em São Paulo. O presidente da legenda, Carlos Siqueira, fez questão de saudar o novo filiado.

“Joaquim Barbosa é um homem público honrado, de trajetória admirável, que vem reforçar e qualificar os quadros do partido. É uma satisfação contar com o ex-ministro no PSB neste momento tão desafiador do nosso país”, afirmou Siqueira, que relembrou a atuação de Barbosa no STF.

“Ele deixou sua marca pessoal de firmeza e independência, e, ao colocar em discussão na corte pautas progressistas contribuiu para um significativo avanço civilizatório da sociedade brasileira”, acrescentou.

Ao UOL, Siqueira afirmou nesta sexta que já houve resistência interna ao plano de lançar Barbosa ao Palácio do Planalto, mas que a divergência não existe mais.

Natural de Paracatu (MG), Joaquim Barbosa chegou na década de 1970 a Brasília, onde cursou Direito na Universidade de Brasília. Ao longo da carreira pública, atuou durante quase duas décadas como procurador do Ministério Público Federal.

Foi ministro do STF entre 2003 e 2014, tendo presidido a corte entre 2012 e 2014. Neste período, teve atuação de destaque no julgamento da Ação Penal 470, o chamado Mensalão. Além disso, é professor licenciado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Na última pesquisa Datafolha para a eleição presidencial, divulgada em 31 de janeiro, Barbosa apareceu com 3% a 5% das intenções de voto, em diferentes cenários com candidatos diversos.