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Assessor de Lula registra B.O. por furto de passaporte e itens pessoais do ex-presidente

Carro do qual pertences de Lula teriam sido furtados passa por perícia - Divulgação/Polícia Civil do Paraná
Carro do qual pertences de Lula teriam sido furtados passa por perícia Imagem: Divulgação/Polícia Civil do Paraná

Ana Carla Bermúdez e Bernardo Barbosa

Do UOL, em Curitiba e São Paulo

17/04/2018 16h33Atualizada em 17/04/2018 21h52

O passaporte e outros pertences do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram furtados de um carro de um assessor do petista em Curitiba na madrugada desta terça (17), segundo boletim de ocorrência feito pelo funcionário.

De acordo com nota da Polícia Civil do Paraná, o assessor --cujo nome não foi divulgado-- registrou o furto de documentos e roupas de Lula. Os objetos estavam dentro de um Ford Ka, que foi arrombado quando estava estacionado na alameda Júlia da Costa, perto de um hotel onde integrantes do PT estão hospedados. O boletim de ocorrência também cita o furto de um telefone celular e de um frigobar.

Segundo a Polícia Civil, o carro já passou por perícia para a identificação de impressões digitais. A Delegacia de Furtos e Roubos investiga o caso.

"Uma equipe de investigadores esteve no local para levantar informações e averiguar a presença de câmeras de vigilância, porém não havia sistemas de monitoramento no entorno do local. Alguns funcionários do hotel foram ouvidos e a vítima prestou depoimento na Delegacia de Furtos e Roubos", diz o comunicado.

Segundo a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), o carro é da assessoria do partido e estava na região do diretório estadual da sigla, no bairro São Francisco.

De acordo com Gleisi, o veículo guardava roupas que haviam sido lavadas e seriam entregues ao ex-presidente nesta terça, além de documentos pessoais, como seu passaporte e seu talão de cheques, que haviam sido trazidos de um escritório de advocacia.

A senadora disse achar o furto "preocupante". "Pode ter sido uma ação de furto ou uma ação que não tenha sido de furto corriqueiro. Isso nos preocupa muito", afirmou.

O ex-presidente está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde 7 de abril, onde cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. A defesa de Lula ainda recorre da condenação e nega as acusações.

Vistoria na PF

Integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado fizeram nesta terça uma vistoria no local onde Lula está preso. A visita, autorizada pela Justiça Federal, durou cerca de duas horas. Não foi liberada a entrada de equipamentos eletrônicos.

Na vistoria feita por 11 parlamentares, que durou cerca de duas horas, foram verificadas, segundo eles, as condições de encarceramento e de tratamento dos presos.

Parlamentares na sede da PF de Curitiba, onde fizeram vistoria na carceragem  - Gisele Pimenta/Estadão Conteúdo - Gisele Pimenta/Estadão Conteúdo
Parlamentares na sede da PF de Curitiba, onde fizeram vistoria na carceragem
Imagem: Gisele Pimenta/Estadão Conteúdo

Eles puderam conversar com o ex-presidente --que, segundo os parlamentares, está bem, apesar de se encontrar isolado. "Ele quer conversar, sente a necessidade de conversar", disse a senadora Lídice da Mata (PSB-BA).

Lula pode receber visitas semanais da família, e seus advogados podem vê-lo diariamente. Amigos, no entanto, não estão autorizados a ver o ex-presidente.

O senador João Capiberibe (PSB-AP) defendeu que Lula deve receber visitas conforme "aquilo que a legislação carcerária permitir". "Ele é um preso político. A visita é uma preocupação da Comissão de Direitos Humanos com a situação carcerária, mas não deixa de ser uma visita política, porque ele é um preso político", disse.

Segundo os senadores, Lula está em uma sala com condições "razoáveis" e quis saber do panorama político do país.

Os senadores disseram ainda que puderam ver outros presos da Lava Jato. Na sede da PF, estão também o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro. No entanto, segundo Lídice da Mata, Palocci estava "tomando banho" no momento da inspeção e não foi visto pelos senadores.