Cabral vai pra isolamento em Bangu após desavença com promotor
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) foi colocado em isolamento no presídio de Bangu nesta terça-feira (24) após uma desavença com um promotor de Justiça durante uma inspeção no presídio.
De acordo com a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), Cabral demorou para sair da cela e não se colocou na mesma posição exigida dos outros presos durante uma supervisão de rotina, realizada pelo promotor de Justiça André Guilherme de Freitas.
Segundo a Seap, após a conduta de Cabral, o promotor determinou, verbalmente, que o ex-governador fosse posto em isolamento, onde Cabral permanecerá até posterior decisão sobre o caso do juízo da Vara de Execuções Penais.
A Seap instaurou procedimento disciplinar sobre o comportamento de Cabral.
A defesa do ex-governador afirmou, em nota divulgada à imprensa, que, ao chegar na ala em que estava Cabral, o promotor "limitou-se a dizer 'detentos, todos de cabeça baixa e de frente para a parede', ao que o ex-governador retrucou ponderando sobre a desnecessidade da medida", disse o advogado Rodrigo Roca.
O promotor André Guilherme Freitas afirmou ter fiscalizado oito presídios nesta terça-feira e que o posicionamento de Cabral foi a única intercorrência registrada.
"Agi em estrita conformidade com a lei, dentro das minhas atribuições e dos regulamentos e práticas da Seap, motivo pelo qual nada tenho a temer, pois minha causa é maior e meu dever é proteger a sociedade", afirmou o promotor, em resposta enviada à reportagem por meio da assessoria de imprensa do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Segundo o promotor, Cabral não adotou o mesmo procedimento exigido dos outros presos e reagiu contra ser chamado de "interno" durante a inspeção.
"Foi determinado aos internos ali custodiados que ficassem na posição de confere, padrão que todos os presos devem seguir quando assim lhes é determinado. Quando ingressamos na galeria onde está custodiado o interno em referência, foi constatado que ele era o único que não estava na posição. Mesmo recebendo novamente a determinação, o preso se recusou a cumpri-la, e, aos gritos, de forma provocativa capaz de incitar a desordem no coletivo da unidade, disse que não queria ser chamado de interno e que aquela posição era um desrespeito a ele", afirma o promotor André Freitas.
O advogado afirma que o Cabral foi "vítima de mais uma arbitrariedade do Ministério Público" e prometeu apresentar uma ação na Justiça por crime de abuso de autoridade, uma representação disciplinar no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e uma ação contra o promotor pedindo indenização.
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