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Com 27 nomes, primeira equipe de transição de Bolsonaro tem 3 ministros e nenhuma mulher

5.nov.2018 - Onyx Lorenzoni (e) e general Heleno, futuros ministros do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), conduzem reunião do governo de transição - Romério Cunha /Casa Civil PR
5.nov.2018 - Onyx Lorenzoni (e) e general Heleno, futuros ministros do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), conduzem reunião do governo de transição Imagem: Romério Cunha /Casa Civil PR

Gustavo Maia e Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

05/11/2018 17h12Atualizada em 05/11/2018 19h07

A Casa Civil divulgou na tarde desta segunda-feira (5), em edição extra do Diário Oficial da União, os primeiros 27 nomes indicados – todos homens – pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que irão compor a equipe de transição. Destes, 22 foram nomeados e cinco, designados. Esses últimos não irão receber salário pelo trabalho. 

Entre outros nomes, fazem parte da primeira equipe anunciada três ministros já anunciados por Bolsonaro: Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), general Augusto Heleno (Defesa) e Paulo Guedes (Economia). O juiz Sergio Moro, anunciado como futuro ministro da Justiça, não aparece na lista. Não há nenhuma mulher entre os 27 indicados ou designados.

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Dentre os nomeados, também estão o advogado Gustavo Bebianno, que presidiu interinamente o PSL até o fim das eleições e é braço direito de Bolsonaro; o empresário Marcos Carvalho, sócio da AM4 Brasil Inteligência Digital, contratada para fazer o marketing digital da campanha eleitoral do presidente; e o deputado federal eleito Gulliem Lemos (PSL-PB), que se apresenta como Julian Lemos, vice-presidente do PSL e coordenador de campanha de Bolsonaro no Nordeste.

O primeiro grupo que comporá a equipe de transição é composto por:

  1. Paulo Roberto Nunes Guedes (futuro ministro da Economia);
  2. Augusto Heleno Ribeiro Pereira (futuro ministro da Defesa);
  3. Marcos Pontes (futuro ministro de Ciência e Tecnologia);
  4. Marcos Aurélio Carvalho;
  5. Paulo Roberto;
  6. Luciano Irineu de Castro Filho;
  7. Paulo Antônio Spencer Uebel;
  8. Gustavo Bebianno Rocha;
  9. Arthur Bragança de Vasconcellos Weintraub;
  10. Gulliem Charles Bezerra Lemos;
  11. Eduardo Chaves Vieira;
  12. Roberto da Cunha Castello Branco;
  13. Luiz Tadeu Vilela Blumm;
  14. Carlos von Doellinger;
  15. Bruno Eustáquio Ferreira Castro de Carvalho;
  16. Sérgio Augusto de Queiroz;
  17. Antônio Flávio Testa;
  18. Carlos Alexandre Jorge da Costa;
  19. Waldemar Gonçalves Ortunho Junior;
  20. Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub;
  21. Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro;
  22. Ismael Nobre;
  23. Alexandre Xavier Ywata de Carvalho;
  24. Pablo Antônio Fernando Tatim dos Santos;
  25. Waldery Rodrigues Junior;
  26. Adolfo Sachsida;
  27. Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque.

A lista com as indicações havia sido entregue pelo ministro extraordinário e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao atual detentor do cargo, Eliseu Padilha, na última quarta (31). Os nomes passaram por uma checagem jurídica antes de serem publicados.

Bolsonaro pode indicar até 50 pessoas para a equipe que o auxiliará na análise das informações da atual administração. O grupo ocupará os chamados “Cargos Especiais de Transição Governamental”, que variam em uma escala de um a sete – quanto mais alto, mais importante e maior a remuneração. Na lista desta segunda, os 22 nomeados estão entre os níveis quatro e seis. Seus vencimentos serão de R$ 9.926,60 a R$ 16.215,22, sem acúmulo de honorários especiais.

Todos terão de ser exoneradas em até 10 dias após a posse de Bolsonaro na Presidência, em 1º de janeiro de 2019. Benefícios como auxílio-moradia deverão ser avaliados. Cada indicado terá direito ainda a um celular para que acessem o sistema Governa, onde estão os dados fornecidos pela gestão de Michel Temer, por meio de certificado digital.

5.nov.2018 - Marcos Pontes (e), Onyx Lorenzoni (c) e general Augusto Heleno concedem entrevista após reunião do governo de transição, em Brasília - Romério Cunha /Casa Civil PR - Romério Cunha /Casa Civil PR
Marcos Pontes (e), Onyx Lorenzoni (c) e general Heleno concedem entrevista após reunião em Brasília
Imagem: Romério Cunha /Casa Civil PR

Dez grupos de trabalho

Também hoje foi realizada a primeira reunião da equipe de transição, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília. Ao fim da sessão, Onyx Lorenzoni anunciou a criação de dez grupos de trabalho. O número ainda deve crescer, segundo o deputado federal e ministro extraordinário.

São eles:

  • Desenvolvimento regional;
  • Ciência, tecnologia, inovação e comunicação;
  • Modernização do Estado;
  • Economia e comércio exterior;
  • Educação, cultura e desporto;
  • Justiça, segurança e combate à corrupção;
  • Defesa;
  • Infraestrutura;
  • Produção sustentável (agricultura e meio ambiente);
  • Saúde e assistência social.

Onyx falou com jornalistas acompanhado de Heleno e Marcos Pontes. Ele afirmou que a equipe vai seguir "a máxima de muito trabalho e pouca conversa".

"Nós temos que baixar a cabeça, trabalhar muito fortemente para num espaço tão curto de tempo poder colocar os nossos conceitos para o novo governo. E o que nós queremos apresentar à sociedade brasileira, com humildade, é o fruto de muita dedicação, muito trabalho, muito amor pelo Brasil", declarou.

O ministro extraordinário explicou que os cinco nomes designados foram ou cedidos ou disponibilizados por outros órgãos.

"De hoje para amanhã, serão mais alguns nomes, inclusive alguns também fornecidos, indicados pelo próprio presidente [eleito]", anunciou Lorenzoni.

De acordo com o general Heleno, por conta da proposta de "redução significativa de ministérios" --hoje são 29 e Bolsonaro já disse que quer diminuir para 15--, a transição será "naturalmente bastante elaborada".

"É preciso ter muito entendimento entre as duas equipes, [...] mas acho que vai correr tudo muito bem porque a predisposição do governo Michel Temer é favorecer todos os dados, todas as condições para que essa transição ocorra tranquilamente, com apoio total", declarou o militar.