Cabral sofre nova condenação e penas chegam a quase 198 anos de prisão
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) foi condenado nesta segunda-feira (3) a mais 14 anos e cinco meses de prisão pela Justiça Federal por crimes descobertos em desdobramentos da Lava Jato no Rio. A pena dele chega agora a 197 anos e 11 meses de prisão. É a oitava condenação do emedebista na operação.
Cabral foi condenado nesta segunda-feira (3) por usar uma empresa fantasma para repassar ao menos R$ 1,2 milhão ilegalmente para pessoas de seu círculo íntimo, entre eles o irmão Maurício Cabral e a ex-mulher Suzana Neves, e também por lavar dinheiro de corrupção, segundo a denúncia do MP (Ministério Público).
Maurício foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão em regime semiaberto e Suzana, a 8 anos e 4 meses em regime fechado.
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Para condenar os membros do círculo íntimo de Cabral, o juiz Marcelo Bretas, da 7º Vara Federal, se baseou na chamada teoria da “cegueira deliberada”. Ela ocorre quando os acusados “voluntariamente fazem vistas grossas aos sinais evidentes da origem ilícitas dos valores envolvidos”.
Segundo a denúncia, uma empreiteira usou uma empresa fantasma para pagar propina ao grupo chefiado por Cabral entre 2011 e 2013. Essa empresa teria repassado dinheiro para outras empresas, entre elas uma consultoria em nome de Suzana, o que configuraria o crime de lavagem de dinheiro.
Sérgio Cabral é acusado pela Justiça Federal de chefiar um grande esquema de cobrança de propinas e lavagem de dinheiro quando era governador do Rio de Janeiro. Ele teria recebido dinheiro em troca de favores para empreiteiras para a realização de diversas obras, entre elas programas de urbanização de favelas, a reforma do estádio do Maracanã e a construção da rodovia Arco Metropolitano. Ele está preso desde 2016.
Outro lado
Cabral afirmou em sua defesa à Justiça que as acusações de outros réus contra ele são vagas e “carentes de provas”.
A defesa de Mauricio afirmou que ele é inocente, que a Justiça não teria avaliado adequadamente as provas e disse que recorrerá da sentença. Eles também argumentam que a competência para julgar o caso não é da Justiça Federal.
A defesa de Suzana afirmou que ela não tinha conhecimento da origem de dinheiro que recebeu para custear despesas pessoais e de seus filhos. Afirmou ainda que ela não participou de lavagem de dinheiro.
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