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Bolsonaro diz que ex-assessor tinha dívida com ele e pagou à primeira-dama

28.out.2018 - Michele e Jair Bolsonaro fazem pose após votação na eleição presidencial - Ricardo Moraes/Pool Photo via AP
28.out.2018 - Michele e Jair Bolsonaro fazem pose após votação na eleição presidencial Imagem: Ricardo Moraes/Pool Photo via AP

Do UOL, em São Paulo

07/12/2018 19h02Atualizada em 07/12/2018 22h22

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), justificou que o pagamento de R$ 24 mil feito pelo ex-assessor Fabrício José de Queiroz à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, era referente a uma dívida pessoal do político.

A transação foi apontada como “atípica” pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e anexado a uma investigação do Ministério Público Federal, na Lava Jato.

“Emprestei dinheiro para ele em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram R$ 24 mil, foram R$ 40 mil. Se o Coaf quiser retroagir um pouquinho mais, vai achar os R$ 40 mil”, disse em entrevista ao site O Antagonista, nesta sexta-feira (7).

A notícia sobre a investigação foi publicada em primeira mão pelo jornal O Estado de São Paulo na quinta-feira (6) e o presidente ainda não havia se pronunciado sobre o caso.

Bolsonaro disse que os pagamentos foram feitos por meio de dez cheques de R$ 4 mil. No entanto, a reportagem divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo relata que o Coaf identificou a compensação de um cheque de R$ 24 mil para Michelle.

“Eu podia ter botado na minha conta. Foi para a conta da minha esposa, porque eu não tenho tempo de sair. Essa é a história, nada além disso. Não quero esconder nada, não é nossa intenção”, acrescentou.

O futuro presidente disse também que cortou o contato com o amigo até que ele se explique ao Ministério Público. A relação dos dois começou em 1984, na Brigada Paraquedista. Queiroz era soldado, entrou para a Polícia e abandonou a carreira no Exército. 

O ex-assessor, que também é policial militar da reserva, trabalhou junto ao deputado estadual e senador eleito pelo Rio Flávio Bolsonaro (PSL), filhos mais velho de Jair Bolsonaro.

De acordo com o relatório da Coaf, divulgado pelo Estadão, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. A comunicação do Coaf não comprova irregularidades, mas indica que os valores movimentados são incompatíveis com o patrimônio e atividade econômica do ex-assessor.

Na tarde desta sexta-feira, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), pediu ‘trégua à imprensa’, mas abandonou entrevista após ser questionado sobre o caso Coaf envolvendo a mulher de Bolsonaro.

Onyx nega caixa 2 e se irrita com pergunta sobre investigação do Coaf

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