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Ex-assessor de F. Bolsonaro alega crise de saúde e não depõe ao MP do Rio

Queiroz é ex-assessor do deputado estadual e senador eleito pelo Rio, Flávio Bolsonaro (PSL) - Adriano Machado - 27.nov.2018/Reuters
Queiroz é ex-assessor do deputado estadual e senador eleito pelo Rio, Flávio Bolsonaro (PSL) Imagem: Adriano Machado - 27.nov.2018/Reuters

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

19/12/2018 15h23

O ex-assessor do deputado estadual e senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz, não compareceu à sede do MP-RJ (Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro), onde era esperado para depor nesta quarta-feira (19). O depoimento dele foi remarcado para a próxima sexta-feira (21).

Em nota, o MP-RJ informou que a defesa de Queiroz alegou uma "crise inesperada de saúde" para justificar a ausência do ex-assessor de Bolsonaro. Além disso, os advogados alegaram não terem tido tempo hábil para analisar os autos da investigação. 

A informação sobre a ausência de Queiroz partiu do procurador-geral de Justiça do estado, Eduardo Gussem. Ao chegar ao MP-RJ, Gussem foi questionado se o depoimento de Queiroz quanto às movimentações atípicas em uma conta em seu nome identificadas pelo Coaf já havia começado.

Gussem se limitou a dizer "ele não veio. Não veio depor". O procurador-geral do Estado não respondeu se o depoimento foi remarcado ou se pesava contra Queiroz uma intimação para comparecer ao Gaocrim-MPRJ (Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça do MPRJ).

Motorista que teria movimentado R$ 1,2 milhão

Fabrício José Carlos de Queiroz era motorista do deputado estadual e senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro (PSL), na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). O nome dele consta em um relatório do Coaf que aponta uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no seu nome. O documento foi publicado pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

O documento do Coaf revelou que a maior parte dos depósitos feitos em espécie na conta do ex-motorista de Flávio Bolsonaro coincidia com as datas de pagamento na Alerj. Nove ex-assessores do filho do presidente eleito repassaram dinheiro para o motorista.

O relatório também identificou um depósito de Queiroz no valor de R$ 24 mil na conta bancária da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente eleito afirmou na semana passada que o depósito do ex-assessor do filho na conta de Michele se tratou do pagamento de uma dívida de R$ 40 mil com o próprio Bolsonaro. 

De acordo com Bolsonaro, Queiroz utilizou a conta da futura primeira-dama para receber o dinheiro "por questão de mobilidade". Bolsonaro alegou que tem pouco tempo para ir ao banco em razão da rotina de trabalho.