"Precisamos da nossa Guantánamo", defende Witzel para quem porta fuzil
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), defendeu nesta quinta-feira (3), durante a posse do secretário da Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, que o estado tenha um presídio aos moldes de Guantánamo --prisão dos Estados Unidos em Cuba destinada a terroristas.
Desde o primeiro dia do ano, quando tomou posse como governador em cerimônia na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Witzel defende que traficantes sejam tratados como terroristas. Nesta quinta, ele reiterou que integrantes do crime organizado sejam enquadrados na Lei Antiterrorismo.
Vamos investigar o elo mais forte, que é quem coloca o fuzil, quem dá o dinheiro. Esses que estão de fuzil na mão nas comunidades são terroristas, e como terroristas devem ser tratados. A Lei Antiterrorismo pode dar penas de 50 anos, em estabelecimentos prisionais destacados, longe da civilização. Precisamos ter a nossa Guantánamo.
Wilson Witzel, governador do Rio
Mais cedo, Witzel já havia comparado criminosos que fazem uso de armamento pesado com terroristas. "Quem usa um fuzil e não está envergando uniforme é inimigo. Quem usa um fuzil porque quer dominar um território é um terrorista e assim será tratado. Vamos retomar a tranquilidade de qualquer comunidade", disse o governador fluminense na posse do secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Rogério Figueiredo de Lacerda.
Nesta quinta, o ex-juiz federal participou de três eventos na área de segurança e, em todos, o tom adotado foi o endurecimento no combate ao crime organizado. Ainda nesta tarde, Witzel comentou supostas interferências políticas nas ações da polícia.
"Nós estamos há muitos anos estudando isso, a questão da interferência política nas polícias. Não é possível ter uma instituição que investiga gente poderosa sem ter independência, isso é básico".
Sobre as investigações da morte de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes, o secretário Marcus Braga afirmou que o delegado responsável pelas investigações, Giniton Lages, continuará à frente do caso. "Não vamos recomeçar tudo do zero, o trabalho não será interrompido", disse Braga.
O novo secretário, que substitui o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, comemorou a possibilidade de melhorar a interlocução com o governo do estado. "Agora somos mais independentes, mais operacionais. Teremos um diálogo sem intermediários com o Executivo estadual. Faremos tudo o que a lei permitir para trazer a ordem e o progresso presentes na bandeira nacional, mas muito ausente nas ruas."
O secretários da PM e CIvil responderão diretamente a Wilson Witzel, que extinguiu a Secretaria de Segurança.
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