À Justiça, Marcelo Odebrecht nega 'relação direta' com Lula
O empresário Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo Odebrecht, negou que tenha existido uma "relação direta" entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em alegações finais à Justiça Federal no processo do sítio de Atibaia (SP), em que ambos são réus, Marcelo também disse que não prometeu ou ofereceu vantagem indevida ao ex-presidente.
Na manifestação, apresentada por seus advogados na segunda-feira (7), Marcelo indica que o acerto de pagamento de propina envolvendo o sítio foi feito entre Lula e seu pai, Emílio Odebrecht.
"A interlocução do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto ao Grupo Odebrecht se dava com Emílio Odebrecht", escreveram os advogados. "No caso, Marcelo apenas se encontrava com Lula em alguns eventos institucionais, representando a Odebrecht, apenas quando Emílio estava impossibilitado de comparecer."
Segundo a defesa, a ligação entre Lula e Marcelo se dava por intermédio do ex-ministro Antonio Palocci. "Tais relações sempre se deram sob orientação de Emilio e sempre através de Palocci", comentam os defensores.
A Odebrecht e outras empreiteiras são acusadas de terem pago cerca de R$ 1 milhão em reformas no sítio de Atibaia em benefício do ex-presidente. A suspeita é de que o valor seria contrapartida por vantagens indevidas envolvendo contratos com a Petrobras. Lula é acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Os advogados de Marcelo também rejeitam a tese da força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) na Operação Lava Jato de que seu cliente estaria tentando "se eximir" do seu envolvimento nas ações apontadas no processo.
"O fato é que o colaborador Marcelo Odebrecht foi muito além de suas responsabilidades (e também de qualquer outro colaborador) e procurou esclarecer e corroborar de forma concreta toda a relação da Odebrecht com o ex-presidente Lula, liderada por Emílio Odebrecht e na qual se enquadram as obras do sítio de Atibaia", comentaram.
Os advogados dizem que seu cliente teve uma postura "sempre franca, pró-ativa e efetiva como colaborador".
Os 13 réus no processo do sítio apresentaram suas últimas manifestações à 13ª Vara Federal de Curitiba. A defesa de Lula negou as acusações, reafirmou que ele não é proprietário do sítio e que sofre perseguição política.
Agora, são necessários apenas trâmites burocráticos para que o processo passe a constar como pronto para receber a sentença. Com a exoneração do ex-juiz federal Sergio Moro, atual ministro da Justiça, o processo está provisoriamente nas mãos da magistrada Gabriela Hardt. Como o processo para substituição de Moro começará este mês e não há definição de prazo para apresentação da sentença, é possível que o novo titular da 13ª Vara seja responsável por absolver ou condenar Lula.
O ex-presidente está preso em Curitiba desde abril de 2018 em razão do processo do tríplex. Além da ação do sítio, ele também é réu em outro processo, sobre um terreno para o Instituto Lula, que também aguarda sentença.
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