Bolsonaro embarca Brasil em crise que não é nossa, diz PT sobre Venezuela
O PT afirmou em nota oficial divulgada nesta quinta-feira (24) que o presidente Jair Bolsonaro está se submetendo "de forma humilhante" à política externa dos Estados Unidos ao reconhecer o deputado e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela, e que "embarca em uma crise que não é nossa".
"Incapaz de lidar com os problemas reais do Brasil, o governo de Jair Bolsonaro intrometeu-se nos assuntos internos de um país vizinho, a Venezuela, submetendo-se de forma humilhante à política externa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump", diz a nota assinada pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann.
O Brasil reconheceu oficialmente Guaidó como presidente na quarta-feira (23), mas já não reconhecia a legitimidade de Nicolás Maduro como presidente do país vizinho desde o resultado das últimas eleições na Venezuela. Ele tomou posse para um novo mandato no último dia 10 em meio aos protestos da comunidade internacional. Gleisi viajou ao país para acompanhar a cerimônia de posse.
O governo Trump também reconheceu o líder da oposição na Venezuela como presidente, afirmando que usará "todo o peso do poder diplomático e econômico dos Estados Unidos para pressionar pelo restabelecimento da democracia venezuelana".
"Não compete ao Brasil nem a outros países decidir quem deve ou não deve governar a Venezuela, que tem um presidente eleito pela maioria da população. Ao 'reconhecer' um governo autoproclamado, que não tem origem no voto, Jair Bolsonaro embarca o Brasil numa crise que não é nossa, ao invés de contribuir para uma solução política", afirma a nota do PT.
O partido diz ainda que a ameaça de intervenção estrangeira no país vizinho remete ao século passado, "ao tempo da Guerra Fria".
"O Brasil passou a ser respeitado como mediador de conflitos na América Latina e em todo o mundo. Hoje, os novos organismos políticos regionais estão sendo deliberadamente esvaziados por governos de direita, entre os quais se inclui o de Bolsonaro", diz, acrescentando que ao Brasil interessa uma Venezuela "em paz, soberana e em desenvolvimento".
A nota se encerra com uma série de questionamentos, aos quais não responde. "A quem interessa isolar o governo eleito da Venezuela? A quem interessa retomar a velha ordem na América Latina? A quem interessa um conflito em nossa região, com grave risco de ser militarizado? A quem interessa um novo Iraque em nossa vizinhança? Ao povo venezuelano, brasileiro e latino-americano é que não".
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