Após reunião do MDB, Renan nega ser candidato e diz que "o novo vem aí"
Eleito para o quarto mandato, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que quem tomará posse na próxima sexta-feira (1º) será um "novo Renan", "renovado pelas urnas" e com posições opostas às que marcaram a sua carreira no Parlamento. "O velho Renan era estatizante, o novo Renan é liberal", brincou ele após participar da primeira reunião da bancada do partido, em Brasília, nesta terça-feira (29).
Questionado por jornalistas se o "novo Renan" seria mais capaz de aglutinar apoio na corrida pela Presidência do Senado, o senador retrucou: "Não subestime o velho, mas o novo vem aí".
"Esse novo que vai assumir é menos acessível. O velho era sobrevivente, mais estatizante... Esse novo, não, é mais liberal e está querendo fazer as reformas de estado."
O alagoano nega sistematicamente ser candidato à chefia do Congresso, cargo que já ocupou quatro vezes, mas seu nome está inserido no jogo tanto para o MDB quanto para a oposição, que cogita formar um bloco "anti-Renan". Alguns nomes como Major Olímpio (PSL-SP), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) se movimentam nos bastidores e aguardam a decisão do veterano emedebista.
Apesar de negar a candidatura, Renan afirmou que sua intenção é respeitar a vontade da bancada do MDB. Com isso, ele transfere a decisão para os colegas e só se lançará na disputa se tiver amplo apoio. "O MDB tem 13 potenciais pré-candidatos. O que a bancada escolher será o melhor e potencialmente mais forte para ganhar a eleição."
Renan trava uma briga interna com a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que se antecipou ao lançar seu nome na disputa. Ao fim da reunião de hoje, ela declarou que não abrirá mão de concorrer, maas que respeitará a vontade dos colegas caso prefiram Renan.
Para viabilizar a participação no pleito, Simone declarou ter renunciado à liderança do MDB no Senado, posto que será ocupado pelo parlamentar mais velho da bancada, José Maranhão, da Paraíba.
A decisão quanto ao candidato do MDB deve ser anunciada ao fim do próximo encontro entre os parlamentares, marcado para a próxima quinta-feira (31), às 17h.
O argumento de Simone na guerra fria com Renan é que ela representaria uma renovação para bancada emedebista do Senado e que o oponente teria sua imagem fortemente ligada à "velha política". A parlamentar sul-mato-grossense tem dito que o partido deveria entender o "recado das urnas".
Questionado pelo UOL sobre o discurso da colega, Renan declarou apenas que "Simone é uma amiga muito querida". "Eu fui amigo do pai dela, sou amigo da mãe. Eu não sou porta-voz da Simone."
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