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Witzel diz que o povo optou por regime militar em 64: "nunca houve golpe"

3.jan.2019 - O governador Wilson Witzel em cerimônia de posse do coronel Rogério de Lacerda no cargo de secretário da Polícia Militar - SEVERINO SILVA/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
3.jan.2019 - O governador Wilson Witzel em cerimônia de posse do coronel Rogério de Lacerda no cargo de secretário da Polícia Militar Imagem: SEVERINO SILVA/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

27/03/2019 12h52

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), citou o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para dizer, durante evento realizado hoje na capital fluminense, que "nunca houve golpe no Brasil". Questionado pela "Rádio CBN" ao final do evento se a frase era extensiva à tomada de poder por parte dos militares em 31 de março de 1964, Witzel afirmou que o episódio não se tratou de um golpe.

Sem usar a palavra "ditadura", o ex-juiz federal disse que o regime que se estendeu até 1985 foi uma opção popular. "No Brasil nunca houve golpe. O que houve no Brasil foram ações do povo contra determinadas situações que, naquele momento, não eram de interesse do povo. Se não tivesse havido regime militar, teria havido um regime comunista. O povo optou pelo não-comunismo", defendeu Witzel.

O governador não respondeu se era a favor das comemorações de 55 anos do golpe militar. A Defensoria Pública da União e o Ministério Público Federal fizeram críticas à vontade do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de ver a data celebrada no próximo domingo (31).

A ditadura militar, que se estendeu de 1964 a 1985, teve início com a derrubada do governo do então presidente democraticamente eleito, João Goulart, e foi marcado por censura à imprensa, fim das eleições diretas para presidente, fechamento do Congresso Nacional, tortura de dissidentes e cassação de direitos. Até hoje apura-se responsabilidades por mortes de civis durante a ditadura em sessões de tortura feitas por militares.

Witzel promete verba a quem apoiar nova previdência

Menos de 24 horas depois de ter se encontrado com Bolsonaro e se mostrar favorável à aprovação da reforma da Previdência no Congresso, o governador disse que trabalhará para que esse apoio saia do campo ideológico. Witzel afirmou que o governo fluminense poderá disponibilizar verbas e recursos para obras nos redutos eleitorais de deputados federais do Rio de maneira favorável ao projeto da Previdência.

Wilson Witzel (PSC) e Jair Bolsonaro (PSL) se encontram em Brasília - Divulgação/Assessoria - Divulgação/Assessoria
Wilson Witzel (PSC) e Jair Bolsonaro (PSL) se encontram em Brasília
Imagem: Divulgação/Assessoria

"Alguns municípios não têm condições de receber nenhum dinheiro, nenhuma verba pública, porque estão negativados. O estado pode receber e fazer a política pública nesses municípios, para evitar qualquer tipo de problema. Nesse sentido é que os governadores podem ajudar. É fazer esse trabalho de articulação junto à sua bancada federal', afirmou

No evento realizado hoje, Witzel falou a uma plateia de advogados tributários sobre crise fiscal nos estados e afirmou que não vai "demonizar a isenção fiscal". Nas palavras do governador, os incentivos fiscais "fazem parte da 'regra do jogo'".