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Bolsonaro diz que não falou de cargos em reuniões com líderes de partidos

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

04/04/2019 14h39Atualizada em 04/04/2019 15h31

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que não falou sobre a distribuição de cargos com caciques partidários. O presidente ocupou a agenda de hoje com encontros com líderes de diversos partidos, como PSDB, DEM e PSD.

"Pela manhã me reuni com vários presidentes e líderes de partidos. Tudo ocorreu em alto nível. Ao contrário do que propalado por alguns, nada se falou sobre cargos", tuitou.

Bolsonaro disse que o Executivo e Legislativo estão "unidos por uma causa".

"Executivo e Legislativo unidos, por uma causa que representa o futuro de nossos filhos e netos: a Nova Previdência", escreveu.

Bolsonaro sofreu duas derrotas no Congresso desde que assumiu a Presidência. Segundo líderes do centrão, a votação que derrubou um decreto presidencial e a que engessou o orçamento foram um alerta para o Palácio do Planalto, que não estava "dialogando" com os parlamentares.

Juntos, PSDB, PSD e DEM, partidos cujas lideranças já se encontraram com Bolsonaro pela manhã, têm 93 deputados federais na atual legislatura. Para que a reforma da Previdência avance na Câmara, são necessários 308 votos em dois turnos, já que se trata de uma proposta de emenda constitucional.

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Bolsonaro durante audiência integrantes do PSD, entre eles, Gilberto Kassab, presidente nacional da sigla
Imagem: Marcos Corrêa/PR

Os líderes partidários que se encontraram com Bolsonaro representam parte do apoio que o presidente precisa para aprovar a PEC da Previdência.

Na Câmara, o DEM lidera um bloco com PP, PSD, MDB e PTB, com 146 parlamentares. Para aprovar a PEC são necessários ao menos 308 dos 513 votos possíveis da Câmara.

Kassab disse que o partido faria "um esforço coletivo" para ajustar os pontos divergentes do texto elaborado pelo Ministério da Economia e, ao fim da tramitação, aprovar o projeto. Questionado sobre possíveis contrapartidas, respondeu de forma seca: "Isso seria até uma agressão.

Já o tucano Geraldo Alckmin (PSDB), que disputou a Presidência rivalizando com Bolsonaro, disse que "não há nenhum tipo de troca, não participaremos do governo, não aceitamos cargo do governo, e votamos com o Brasil".