Comandante de ação com 80 tiros no RJ "deu uma bobeada", diz general Heleno
Resumo da notícia
- Ministro do GSI admite erro de membros do Exército, mas diz que responsabilização deve ser individual, não à instituição
- General defende posicionamento de Bolsonaro e afirma que imputar a morte ao Exército é "completamente incoerente"
O general da reserva do Exército Augusto Heleno, ministro chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), defendeu na manhã de hoje a referência feita pelo presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que "o Exército não matou ninguém" na ação em que militares dispararam 80 vezes contra um músico negro que estava em um carro com a família, no Rio de Janeiro.
Em entrevista ao UOL, durante um evento do COB (Comitê Olímpico do Brasil), em São Paulo, Heleno afirmou que o comandante deu "uma bobeada". "E os soldados, se aconteceu, não estavam preparados". Questionado sobre o assunto, o ministro afirmou: "Você está dizendo que eles [Exército] mataram com 80 tiros um inocente. Está sendo apurado. Foi completamente errado. Isso não é uma atitude do Exército normal. Aconteceu."
Tudo indica, pelas circunstâncias, que foi uma bobeada. O próprio ministro da defesa disse que foi lamentável. Não teve o inquérito ainda. Vamos aguardar o inquérito.
Ministro do GSI, general Augusto Heleno
Em Macapá, ontem, Bolsonaro afirmou que "o Exército não matou ninguém, não, o Exército é do povo". "A gente não pode acusar o povo de ser assassino não. Houve um incidente, houve uma morte, lamentamos a morte do cidadão trabalhador, honesto, está sendo apurada a responsabilidade", afirmou.
Ainda segundo o presidente, "com os dados na mão, com os números na mão, nós vamos assumir a nossa responsabilidade e mostrar realmente o que aconteceu para a população brasileira".
Heleno defendeu hoje a postura de Bolsonaro. "Mais uma distorção dos jornalistas que não estão preparados para cobrir o presidente da república. O que ele disse foi o seguinte: o Exército não matou ninguém, o Exército é uma instituição que respeita profundamente os valores humanos e nunca matou ninguém. Quem matou, se aconteceu de alguém morrer na operação, foi alguém que o Exército vai responsabilizar pela morte", disse.
"Quererem imputar ao Exército a morte é completamente incoerente com tudo o que acontece no mundo. Quando acontece uma morte numa empresa, não é a empresa que matou. Tem que procurar onde é que teve a falha, para corrigir e alguém vai pagar por isso", complementou.
80 tiros
O músico Evaldo Rosa dos Santos, 46, foi morto depois de ter o carro alvejado com 80 tiros por militares do Exército, na tarde do último domingo (7), no Rio de Janeiro. A mulher dele, o filho de sete anos, uma amiga e o sogro dele também estavam no veículo. O sogro ficou ferido.
Familiares e amigos de Santos negaram que ele estivesse armado e contestaram a versão dada pelo Exército. Os militares disseram que foram atacados a tiros e revidaram atirando contra o automóvel no qual Santos estava.
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