Moro diz a deputados que militares do Rio não agiram em legítima defesa
O ministro Sergio Moro (Justiça) disse hoje que os militares do Exército que fuzilaram um carro com 80 tiros não agiram em legítima defesa. A declaração foi dada em um encontro com deputados que discutem o projeto anticrime proposto por Moro, que deixou o local sem dar entrevista à imprensa. O relato foi feito por um parlamentar que estava na reunião.
"Esse episódio não se encaixa no projeto do ministro. E naquele caso, ao que tudo indica, não aconteceu, de maneira nenhuma, legítima defesa. Foi o que ele disse lá [na reunião]", relatou Lafayette de Andrada (PRB-MG).
No último domingo (7), uma família foi fuzilada pelo Exército dentro de um carro de passeio. O músico Evaldo Rosa dos Santos morreu baleado. O sogro de Evaldo e um pedestre que passava pela rua também foram alvejados.
A família contou que seguia para um chá de bebê.
O Comando Militar do Leste informou na segunda-feira (8) que dez homens envolvidos na ação foram afastados e estão presos.
O parlamentar disse que o excludente de licitude - que amplia o entendimento sobre o que é legítima defesa - está sendo debatido pelo grupo.
"O ministro acha que atacando a parte econômica é uma maneira de desmontar a criminalidade. Ele se defendeu sobre acusações de que o projeto aumentaria o encarceramento", disse Lafayette.
O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que também esteve no encontro com Moro, disse que ministros, governadores e o presidente fazem estímulos à violência letal que transforma os agentes da polícia e Exército em heróis.
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