Topo

Em evento sem Maia e Davi, Bolsonaro diz que "valoriza, sim, o Parlamento"

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

20/05/2019 18h29Atualizada em 20/05/2019 20h50

Em evento hoje à tarde no Palácio do Planalto sem a presença dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), respectivamente, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou valorizar o Congresso Nacional.

"O que nos une no dia de hoje, com um corpo de ministros muito importante e qualificado, reconhecido por todos, tendo inclusive cinco deputados federais entre eles...então nós valorizamos sim o Parlamento brasileiro, que vai ser quem vai dar a palavra final nesta questão da Previdência", declarou.

Bolsonaro tem vivido dias de atritos com o Congresso devido à articulação política e à necessidade de se aprovar Medidas Provisórias antes que percam a validade. Mais cedo, no Rio de Janeiro, o presidente falou que o "grande problema é a classe política" do Brasil e relatou que, "toda vez que toco o dedo numa ferida, um exército de pessoas influentes se vira contra mim, buscam de todas as maneiras me desacreditar".

No Planalto, diante de parlamentares aliados, como os líderes do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), e no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), Bolsonaro mudou o tom e preferiu fazer um afago ao ressaltar estar disponível para o diálogo. Ele voltou a reforçar que só não atende mais parlamentares por falta de tempo na agenda.

"No momento, eu agradeço aqui ao Rodrigo Maia, presidente da Câmara, ao Davi Alcolumbre, presidente do Senado Federal, que, em conversas que temos tido, são unânimes em dizer da necessidade de aprovarmos essa Previdência. E, aos parlamentares como um todo, quero dizer que só não recebo mais por falta de agenda, mas gostaria de continuar a conversar com o maior número possível de vocês para que possíveis equívocos e possíveis melhoras nós possamos junto ao Parlamento brasileiro buscar", afirmou.

"Se bem que pretendemos que nossa reforma saia de lá com o menor número possível de emendas aprovadas", completou em seguida.

Questionada pelo UOL, a assessoria do Maia confirmou que ele recebeu o convite da Presidência, mas, devido à agenda, não pôde comparecer. No momento da cerimônia no Planalto que lançou uma nova campanha de publicidade a favor da reforma da Previdência, Maia estava reunido com líderes de partidos do Centrão, grupo informal composto por PP, PSD, PRB, DEM e Solidariedade, na residência oficial da Presidência da Câmara dos Deputados, onde mora. Na semana passada, os partidos ensaiaram propor texto alternativo da reforma.

O UOL entrou em contato com a assessoria de Alcolumbre e esta ficou de informar se o senador recebeu ou não o convite da Presidência da República para participar do evento.

A reforma da Previdência encontra-se em tramitação na Câmara. Caso seja aprovada lá, também terá que ser votada pelo Senado.

Bolsonaro nega briga entre Poderes

UOL Notícias

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.