Brasil terá semana de manifestações com lados políticos opostos
Entre este domingo (26) e quinta-feira (30), grupos que apoiam pautas de Jair Bolsonaro e movimentos estudantis contrários às medidas do presidente devem ir às ruas para manifestações com lados opostos.
Para amanhã, estão previstas manifestações em diversas cidades a favor do governo. Entre as pautas defendidas estão o apoio à reforma da Previdência e ao pacote anticrime, além de repúdio a partidos do Centrão.
Para quinta-feira, movimentos estudantis convocaram manifestações, também em diversas cidades, contra o congelamento de verbas para a educação. Eles argumentam que o governo federal tem perseguido lideranças estudantis e organizadores dos atos do último dia 15.
Ato pró-governo
Segundo Eduardo Platon, CEO do grupo Avança Brasil, um dos organizadores do ato de domingo, o intuito é defender pautas do governo que são de interesse da população e estão sendo freadas pela atuação do "centrão" -- grupo informal formado por partidos como DEM, PR, PP e PSD, entre outros, que reúnem centenas de parlamentares.
De acordo com Platon, é necessário pressionar os parlamentares para atuar "na direção do anseio da população". Questionado se tal pressão não poderia gerar uma reação contrária dos parlamentares à pauta do governo, ele disse que este cálculo cabe aos partidos e movimentos que não estão participando da agenda de reformas.
Além do Avança Brasil, estão entre os organizadores grupos como Nas Ruas, Ativistas Independentes e Direita São Paulo, entre outros. Na semana passada, o MBL (Movimento Brasil Livre) informou que não iria aderir às manifestações de domingo pelo fato de "um setor" que convocava os atos ter divulgado hashtags com alusões ao artigo da Constituição que, para alguns apoiadores de Bolsonaro, permitiria uma intervenção militar.
Protestos de estudantes
Já os atos da próxima quinta-feira são organizados pela UNE (União Nacional dos Estudantes), Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) e ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos).
Pedro Gorki, presidente da Ubes, diz que a manifestação "defenderá a educação pública e de qualidade". "O corte na educação tem como pano de fundo atacar o caráter público da educação, para privatizá-la. Vamos defender o nosso direito de estudar", disse.
Sobre o ato a favor de Bolsonaro, afirmou: "Fico preocupado com o caráter da manifestação de amanhã porque vem para desestabilizar os poderes da República. Sempre que um protesto enseja desestabilizar os poderes, é prejudicial para o futuro do país."
Marianna Dias, presidente da UNE, afirmou que o ato do domingo "é imprevisível". "Dia 30 será mais um tsunami da educação, vamos protestar em todo Brasil, nas capitais", afirmou.
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