Governadora do RN nega que tenha assinado carta em apoio à Previdência
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), negou na noite de hoje que tenha assinado uma carta em apoio à manutenção dos estados e municípios na reforma da Previdência.
"Não assinei nenhuma carta de apoio à Reforma da Previdência. Estou disposta a cooperar, a trabalhar pelo bem comum e pelo progresso de um país que não suporta mais os venenos da recessão", escreveu a governadora em sua rede social.
A carta circula desde a manhã de hoje e pede apoio à reforma da Previdência proposta pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). O texto não só apoia esta manutenção como endossa a reforma em sua integralidade.
"Caso não sejam adotadas medidas contundentes para a solução do problema, o déficit nos regimes de aposentadoria e pensão dos servidores estaduais, que hoje atinge aproximadamente R$ 100 bilhões", diz parte do texto.
A reportagem do UOL apurou que apenas um governador do Nordeste teria assinado esta carta.
O documento gerou uma cisão entre parte dos governadores do Nordeste. Rui Costa (PT), da Bahia, e Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, se negaram a assinar e divulgaram mais tarde um segundo documento, este sim assinado por todos os governadores da região.
"Não apoiarei genocídio contra os mais pobres e mais necessitados. Nem apoiarei a destruição da Seguridade Social com a tal da capitalização, de interesse dos bancos.", escreveu Dino em seu Twitter.
O segundo texto possui tom mais ameno, levanta incertezas sobre a reforma pleiteada por Paulo Guedes (Economia) e Bolsonaro. Enquanto apontam um consenso pela necessidade de uma reforma, os governadores fazem questionamentos a "pontos específicos", como mudanças no Benefício da Prestação Continuada e na aposentadoria dos trabalhadores rurais.
"Também são pontos controversos na reforma ora em pauta a desconstitucionalização da previdência, que acarretará em muitas incertezas para o trabalhador, e o sistema de capitalização, cuja experiência em outros países não é exitosa. Além de outras alterações que, ao contrário de sanear o déficit previdenciário, aumentam as despesas futuras não previstas atualmente", diz o documento.
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