Bolsonaro associa saída de Levy a suposta falta de "transparência" no BNDES
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) associou hoje a saída de Joaquim Levy da presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a uma suposta falta de "transparência" no comando do banco de fomento. Bolsonaro também negou que Levy tenha sido "condenado injustamente".
"Sem entrar em detalhes, nós não estávamos tendo transparência no BNDES. Agradeço ao senhor Joaquim Levy, que pediu demissão na semana passada", disse o presidente durante transmissão ao vivo em uma rede social.
Uma das promessas de campanha de Bolsonaro foi a de abrir a "caixa-preta" do BNDES logo no início do seu governo.
Levy pediu demissão do cargo no último domingo (16), um dia após Bolsonaro ter ameaçado publicamente demiti-lo caso não suspendesse a nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para uma das diretorias do banco.
"Já estou por aqui com o Levy", disse Bolsonaro a jornalistas após lembrar a nomeação do advogado. Marcos Pinto, assim como o próprio Levy, ocupou cargos públicos em governos petistas.
"Governo tem que ser assim: quando coloca gente suspeita em cargos importantes e essa pessoa, como Levy, já vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e que ele conhece a meu respeito, ele [Levy] está com a cabeça a prêmio há algum tempo", continuou o presidente na ocasião.
Levy pediu demissão do cargo em carta endereçada ao ministro da Economia, Paulo Guedes. "Agradeço ao ministro o convite para servir ao país e desejo sucesso nas reformas", escreveu. "Agradeço também, por oportuno, a lealdade, dedicação e determinação da minha diretoria", dizia ainda o texto.
Hoje, na transmissão ao vivo, Bolsonaro afirmou que está "tudo acertado" com o economista Gustavo Montezano, o novo presidente do BNDES.
"Obviamente, tudo [está] acertado e será cumprida a questão de transparência, entre outras coisas no BNDES. O BNDES vai voltar a funcionar", disse.
Bolsonaro voltou a criticar empréstimos concedidos pelo BNDES no passado e afirmou que "no governo lá atrás do PT" o dinheiro era usado para "ditaduras e amigos".
"Isso tudo vai ser, nas primeiras semanas, colocado para que você tenha conhecimento do que foi feito com o teu dinheiro no passado", disse.
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