Próximo a Bolsonaro, ACM Neto expulsa suposto hacker filiado ao DEM

O presidente do Democratas e prefeito de Salvador, ACM Neto, determinou hoje a expulsão do partidário Walter Delgatti Neto. Filiado à sigla, ele é um dos quatro presos pela Polícia Federal na terça-feira (23) suspeitos de hackearem celulares de autoridades como o ministro Sergio Moro (Justiça).

Hoje, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que telefones do presidente Jair Bolsonaro (PSL) também foram atacados.

"É importante ressaltar que o Democratas não pode se responsabilizar pelas atitudes dos milhares de filiados ao partido e que condenamos, de maneira veemente e dura, o cometimento de qualquer ato de irregularidade por quem quer que seja - filiado ao DEM ou outras legendas", diz a nota assinada por ACM.

O prefeito ressaltou que Walter Delgatti não tem participação ativa na vida partidária.

O documento diz que o partido espera que a "a justiça esclareça os fatos e que os envolvidos no processo criminoso sejam punidos de forma efetiva e com todo rigor".

Aproximação entre ACM e Bolsonaro

Nos bastidores, a aproximação do prefeito com o presidente Bolsonaro mira alçar seu nome à candidatura ao governo estadual em 2022. Na terça-feira, ACM Neto participou de ato em Vitória da Conquista, a mais de 500 km da capital, junto ao presidente. O evento marcou um embate político com o governado Rui Costa (PT), que se recusou a participar da inauguração do Aeroporto Glauber Rocha.

Na solenidade, Bolsonaro chegou a sugerir que, um dia, ACM poderá ser presidente da República. "Lá na frente, se Deus quiser, você ocupará a honrosa cadeira que ocupo", disse.

O DEM é um dos principais partidos do centrão na Câmara - grupo informal com forte atuação no Parlamento.

Apesar de o presidente Bolsonaro não ter aceitado indicações partidárias para escolher ministros, o DEM possui três titulares de pastas: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Tereza Cristina (Agricultura) e Mandetta (Saúde). O partido também tem os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (AP).