Após desconfortos, Bolsonaro afaga Moro e o chama de 'patrimônio nacional'
Após desconfortos internos e um enfraquecimento do ministro da Justiça, Sergio Moro, dentro do governo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afagou hoje o ex-juiz federal e o chamou de "patrimônio nacional".
"Se Deus quiser, vai dar certo esse plano-piloto, montado pelo Ministério da Justiça e Segurança, tendo à frente o senhor Sergio Moro, que é um patrimônio nacional", declarou Bolsonaro. A fala arrancou fortes palmas da plateia, formada majoritariamente por ministros e parlamentares aliados.
"Obrigado, Sergio Moro, que vossa senhoria abriu mão de 22 anos de magistratura para, não entrar numa aventura, mas sim na certeza que todos nós juntos podemos sim fazer melhor para nossa pátria", completou.
Em ato para mostrar que a confiança entre os dois continua firme, Bolsonaro e Moro desceram a rampa do Planalto juntos e pararam no meio do caminho para posarem para fotos, acenando.
Moro tem passado por um momento delicado em relação a Bolsonaro. Na semana passada, o presidente afirmou que pode trocar o diretor-geral da Polícia Federal (PF), subordinada ao Ministério da Justiça, e que é ele, e não Moro, quem indica o comando do órgão. Além de ter tido o protagonismo minimizado por Bolsonaro, Moro tem sofrido grande insatisfação dos policiais federais por não defender a instituição contra ingerências do presidente questionadas ética e legalmente.
Após ter supostamente recebido uma vaga no secretariado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que deve disputar as eleições presidenciais de 2022, Moro negou que vá sair do ministério e disse que não pretende se candidatar a cargo político.
Em discurso, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), também elogiou Moro e o chamou de melhor ministro da Justiça que o Brasil já teve. Onyx lembrou o trabalho de Moro combate à corrupção enquanto juiz federal e falou que sua escolha foi um "clamor das ruas".
Bolsonaro afirmou ainda que a falta de segurança no país é um dos itens que mais afligem as famílias brasileiras e citou o ataque a faca durante a campanha eleitoral do ano passado como exemplo. Ao ressaltar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) além do esperado, embora longe de uma retomada da economia, ele disse que abertura de mais vagas de trabalho pode ajudar no combate à violência, por vezes causada pelo desemprego.
Em seguida, exaltou a importância de uma família estruturada. "Tudo começa na família. Uma família estruturada, além de trazer alegria para os seus, não precisa do estado para vencer certos obstáculos. A agenda conservadora é tão criticada, mas é essencial. É a âncora, base de uma sociedade", falou, ao anunciar que no domingo visitará o templo de Salomão, da Igreja Universal do Reino de Deus, em São Paulo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.