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Bolsonaro fala em arejar direção da PF e vê "babaquice" em reação negativa

O ministro Sérgio Moro e o presidente Jair Bolsonaro  - Pedro Ladeira/Folhapress
O ministro Sérgio Moro e o presidente Jair Bolsonaro Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

04/09/2019 07h47

O presidente Jair Bolsonaro disse, em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", que teve uma conversa com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e que mudanças na direção da Polícia Federal podem "arejar" a corporação.

De acordo com Bolsonaro, Moro poderá efetuar a mudança a qualquer momento. "Está tudo acertado com o Moro, ele pode trocar (o diretor-geral, Maurício Valeixo) quando quiser", disse o presidente. "Essa turma (que dirige a PF) está lá há muito tempo, tem que dar uma arejada", completou.

Ainda segundo o jornal, Bolsonaro classificou como "babaquice" a reação da corporação em relação a declarações recentes sobre possíveis mudanças na direção. Ele ainda lembrou a saída do seu ex-ministro da secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, para explicar sua postura.

"Mais difícil é trocar de esposa. Eu tive uma conversa a dois com o Moro. (O diretor-geral) tem que ser Moro Futebol Clube, se não, troca. Ninguém gosta de demitir, mas é mais difícil trocar a esposa. Eu demiti o Santos Cruz, com quem tinha uma amizade de 40 anos", disse.

Vale lembrar que, no dia 28 de agosto, Sergio Moro disse, em entrevista à GloboNews, que não tem a intenção de trocar a direção da PF neste momento, mas "as coisas podem eventualmente mudar".

"Uma questão especulativa, não cabe responder questões especulativas nesse caso. Ele [Maurício Valeixo, diretor-geral da PF] permanece no cargo. Veja... As coisas eventualmente podem mudar, mas ele está no cargo e tem minha confiança. Certamente", disse Moro, na ocasião.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.