Depois do Senado, ele pode se divorciar de mim, diz Bolsonaro sobre Aras
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que, após a aprovação do nome de Augusto Aras em sabatina no Senado, o recém-nomeado procurador-geral da República pode se "divorciar" dele. A declaração foi registrada em uma transmissão ao vivo nas redes sociais do presidente, poucas horas depois da indicação oficial de Aras para o cargo máximo do Ministério Público Federal (MPF).
"A partir da aprovação do Senado, e publica o nome dele como aprovado, se ele quiser, a partir daquele momento, ele se declara divorciado de mim. Divorciado, não deve nenhuma satisfação a mim. O Aras não deve satisfação a mim, ele deve à sociedade, deve aos seus compromissos", disse Bolsonaro.
Mais cedo, em conversa com eleitores em Brasília, Bolsonaro afirmou que, caso parte de seus apoiadores não acreditar nele, "mais cedo o PT volta". "Estou recebendo muita crítica de gente que votou em mim. Se não acreditam em mim e continuar fazendo esse trabalho de não acreditar, eu caio mais cedo, mais cedo o PT volta. Vamos esperar dar um tempo ao novo PGR, o universo era pequeno, e eu tinha que escolher."
O mesmo argumento foi entoado no vídeo da noite de hoje. O presidente disse que "tem 20% [de usuários] no Facebook falando que acabou a esperança dele, não vota mais em ninguém." "Atire a primeira pedra quem não tem nenhum pecado." Em outro recado aos críticos, questionou:
"Você conhece outro nome que você queria que tivesse no lugar dele? Você conhece apenas quem está aparecendo na mídia por combater a corrupção, por exemplo. Mas as outras questões. De família, ambiental, economia, segurança. Você conhece? Você não conhece, então dá uma chance pra gente, meu Deus do céu. Não vai atirando logo. Não vai ser dessa forma que vamos mudar o Brasil."
Pouco antes da oficialização da indicação de Aras, a agência Reuters havia publicado que o nome do novo procurador era importante, na visão de Bolsonaro, pois respeitava "o casamento da preservação do meio ambiente com o produtor." No vídeo transmitido em suas redes, o presidente voltou a afirmar que a questão ambiental era preponderante para sua escolha.
"O resultado que tiver o Augusto Aras [no Senado] eu vou acolher. Se não passar, indico outro nome. Acho que vai ser aprovado. Ele tem também, nas questões que afeta parte a ele, tem uma posição serena. Questão ambiental, vamos supor que a gente bote alguém lá, e nós sabemos que alguns no Ministério Público que não pode ver uma vara de bambu sendo cortada que já processa todo mundo."
Em meio aos argumentos justificando a indicação, Bolsonaro intercalava comentários sobre os seus seguidores e apoiadores que criticaram a condução de Aras à PGR. "Eu vi no Facebook, agora não vou ver mais. [Gente que está] Esculhambando a gente."
"Se o pessoal atirar em cima de mim, sem dar oportunidade para o Augusto Aras, caso ele seja aprovado em sabatina no Senado, mostrar o seu valor...pelo amor de deus, aí fica ruim a convivência. Eu sou sim, como sempre tenho dito, devo lealdade ao povo, mas não essa lealdade cega que está do outro lado.", disse o presidente.
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