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Bolsonaro tem evolução clínica favorável e deve retirar sonda até amanhã

O presidente Jair Bolsonaro entre os médicos Luiz Henrique Borsato e Antonio Luiz Macedo - Reprodução/Facebook
O presidente Jair Bolsonaro entre os médicos Luiz Henrique Borsato e Antonio Luiz Macedo Imagem: Reprodução/Facebook

Ana Carla Bermúdez e Carolina Marins

Do UOL, em São Paulo

12/09/2019 10h37

Resumo da notícia

  • Presidente apresenta evolução clínica favorável e deve reassumir a Presidência amanhã
  • Cirurgia corrigiu hérnia decorrente de sucessivos procedimentos no abdômen após o ataque a faca sofrido no ano passado
  • Bolsonaro tem uma recuperação progressiva dos movimentos intestinais e está sem dor e febre
  • Sonda nasogástrica, colocada em Bolsonaro para auxiliar na retirada de gases do intestino, deve ser retirada até amanhã

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) apresenta evolução clínica favorável e deve reassumir a Presidência amanhã, conforme previsto inicialmente. De acordo com um boletim médico divulgado na manhã de hoje pelo hospital Vila Nova Star, onde Bolsonaro está internado desde domingo (8), o presidente tem uma recuperação progressiva dos movimentos intestinais e está sem dor e febre.

Bolsonaro passou por uma cirurgia para correção de uma hérnia decorrente de sucessivos procedimentos no abdômen após o ataque a faca sofrido no ano passado. Para se recuperar do procedimento, ele se afastou da Presidência por cinco dias - prazo que termina hoje. O vice Hamilton Mourão ocupa o cargo interinamente.

Há também a previsão de que uma sonda nasogástrica, colocada em Bolsonaro na noite de terça (10) para auxiliar na retirada de gases do intestino, seja retirada entre hoje e amanhã.

O cirurgião médico Antônio Luiz Macedo, que acompanha Bolsonaro desde a facada, disse que a colocação da sonda não representa um retrocesso na recuperação do presidente, mas sim uma "consequência". "Qualquer grande laparotomia [abertura cirúrgica do abdômen], o intestino sente".

"Retirando a sonda ele vai para uma dieta líquida. Um ou dois dias de dieta e ele vai para cremosa. A cremosa permite que ele possa trabalhar". Questionado por jornalistas se com essa dieta Bolsonaro já poderia viajar para Nova York para a Assembleia Geral da ONU, o médico confirmou que com comida cremosa ele já teria "calorias suficiente para até viajar".

Assume Presidência amanhã

O porta-voz da presidência Otávio Rêgo Barros disse que o planejamento continua o mesmo, portanto, Bolsonaro deve assumir a presidência novamente a partir de amanhã e a viagem está mantida. "O presidente assumirá a partir de amanhã a Presidência, aqui do hospital mesmo", disse.

"Naturalmente que o presidente acompanha por meio de assessores eventos que são de importância primordial para a condução do poder executivo".

Perguntado sobre uma eventual dificuldade na retirada da sonda, o porta-voz não descartou um possível adiamento no retorno de Bolsonaro ao cargo, mas destacou que "não é o que se pensa no momento".

Questionado sobre a ferida operatória citada no boletim, Macedo explicou se tratar de algo comum. "Toda vez que você corta um paciente existe uma ferida, mas nós cirurgiões apelidamos de incisão cirúrgica", disse. "A incisão está bem, não está sangrando e não tem sinal de infecção, colocamos curativo e o aspecto é bastante satisfatório. Nenhum sinal de infecção ou complicação. Esperamos a retomada do transito intestinal para dar prosseguimento ao pós-operatório".

Segundo assessores da Presidência, ele fez caminhadas que somaram hoje uma distância de 600 metros. Além da fisioterapia motora, Bolsonaro também faz fisioterapia respiratória.

Por indicação médica, as visitas ao presidente continuam restritas. Segundo o porta-voz, no entanto, elas não estão impedidas. Rêgo Barros disse que, ao voltar à Presidência, Bolsonaro precisa receber alguma autoridade no hospital, "ele o fará".

"Ele vai exercer o Executivo com todo cuidado, sem excessos", disse.

Macedo também disse que Bolsonaro está tranquilo "como sempre".

Ontem, por ordem do presidente, o secretário da Receita Federal Marcos Cintra foi demitido. Nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que a proposta de criação de um imposto nos moldes da antiga CMPF foi o que motivou a decisão.

"Eu não senti ele estressado de ontem para hoje. Ele está como sempre: calmo, tranquilo, com frequência cardíaca baixa", disse.