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Procurador que atacou juíza entrou com faca escondida na roupa, diz TRF-3

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

04/10/2019 09h47

O procurador da Fazenda Nacional Matheus Carneiro Assunção, preso ontem após tentar matar a juíza federal Louise Filgueiras, entrou com a faca usada no ataque escondida nas roupas, de acordo com nota do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

Segundo o tribunal, Assunção ingressou nas dependências da Corte para participar do "II Congresso de Combate à Corrupção na Administração Pública".

Após deixar o evento, utilizando as escadas, o procurador entrou "de maneira aparentemente aleatória" em diversos escritórios, invadindo o gabinete do desembargador Paulo Fontes, onde estava Louise, convocada para substituir o magistrado durante o período de férias.

Ainda de acordo com o TRF-3, a juíza conseguiu desviar dos ataques. Ela sofreu um corte superficial no pescoço, foi atendida pela equipe médica do próprio tribunal e passa bem.

O agressor foi contido por um servidor e a Secretaria Institucional do tribunal e a Polícia Federal foram acionados. Agentes da PF fizeram uma perícia no local e conduziram o procurador, preso em flagrante, à superintendência do órgão.

O TRF-3 lamentou o ocorrido e informou estar comprometido "com a segurança de todos os seus magistrados, servidores, colaboradores em geram e público externo". O tribunal disse ainda que vai tomar as medidas necessárias para a apuração do ocorrido.

Em nota, a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) e a Ajufesp (Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul) manifestaram sua indignação com o episódio e pediram apuração rigorosa dos fatos. "A Magistratura Federal exige respeito e segurança para exercer com a necessária independência o seu mister constitucional", diz o comunicado.

AGU determina abertura de sindicância

Sobre a prisão do procurador, a AGU (Advocacia-Geral da União) informou que determinou a imediata abertura de sindicância investigativa no âmbito da instituição.

"A Advocacia-Geral da União lamenta o ocorrido, registra irrestrita solidariedade à magistrada e repudia todo e qualquer ato de violência", diz a nota.