Luciano Bivar é alvo de ação da PF sobre candidaturas de laranjas do PSL
Resumo da notícia
- Suspeita de fraude envolvendo candidaturas de mulheres é motivo da operação
- Residência de Bivar e gráfica são alguns dos alvos da Polícia Federal em Pernambuco
- Operação foi autorizada pelo TRE, que expediu 9 mandados de busca e apreensão
Endereços ligados ao presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE), são alvos da operação "Guinhol", deflagrada hoje pela PF (Polícia Federal). A ação apura se o partido teria fraudado aplicação de recursos destinados a candidaturas femininas.
A residência de Bivar e uma gráfica. apurou o UOL, são alguns dos alvos dos nove mandados de busca e apreensão. Todas as ordens judiciais, expedidas pelo TRE-PE (Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco), são cumpridas em Pernambuco.
A operação acontece em meio a uma queda de braço entre Bivar e o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que ameaça deixar o partido. Na semana passada, Bolsonaro notificou a sigla por mais transparência.
Em nota, a defesa de Bivar diz achar estranha a operação da PF em maio a "turbulência política".
A autorização para a operação foi dada ontem por decisão do plenário do TRE na sessão da manhã. A ação está sob sigilo. "Eu tenho um assunto reservado e eu pediria que todos, com o respeito devido, pudessem desocupar o salão", disse, ontem, o desembargador Frederico Neves, presidente do Tribunal, ao final da sessão.
Segundo a PF, o inquérito policial busca apurar a possível prática de associação criminosa e crimes tipificados no Código Eleitoral, pois representantes locais de um partido político teriam ocultado movimentações de recursos financeiros oriundos do fundo partidário, especialmente os destinados às candidaturas de mulheres.
A ação de hoje busca esclarecer se houve burla ao emprego de recursos destinados às candidaturas de mulheres, já que ao menos 30% dos valores do fundo partidário deveriam ser empregados na campanha de candidatas do sexo feminino.
De acordo com a PF, no entanto, "há indícios de que os valores foram aplicados de forma fictícia objetivando o desvio para livre aplicação do partido e seus gestores".
O nome da operação, "Guinhol", faz referência a um personagem do teatro de fantoches criado no século 19 diante da possibilidade de candidatas terem sido utilizadas exclusivamente para movimentar transações financeiras escusas.
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