Deputado diz que Eduardo foi saída à briga interna dos pró-Bolsonaro no PSL
O deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS) disse que o nome de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como eventual novo líder do PSL na Câmara foi uma solução para não gerar disputa interna do grupo de parlamentares a favor do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Outros dois nomes da ala pró-Bolsonaro estariam interessados em assumir a liderança do partido. Segundo Nunes, o presidente não queria a indicação de Eduardo, um de seus filhos, chegando a comentar que "não vai ser bom", mas, para pacificar a questão, teria aceitado a sugestão.
"Nós convencemos ele. 'Olha, para não dar discussão de líder aqui, por um tempo, até 15 de dezembro', e ficou o Eduardo. Mas tivemos que dar uma pressão, porque ele não queria o filho Eduardo", disse.
Nunes ainda disse que Eduardo admitiu que sua indicação à embaixador do Brasil nos Estados Unidos não é mais prioridade.
"Ele disse ontem que a embaixada está em segundo plano. Ele, o Eduardo", afirmou.
Bibo Nunes esteve reunido ontem com Bolsonaro e, hoje, com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política do governo com o Congresso Nacional.
No início da tarde, após disputa de listas entre as duas alas do PSL para saber quem tinha mais apoio - Eduardo ou o atual líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), pró-Bivar -, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), validou a lista que mantém Waldir na função.
A crise no PSL foi tornada pública após Bolsonaro criticar o partido e o presidente nacional da sigla, Luciano Bivar (PE) em 8 de outubro. Desde então, nomes do partido saíram em defesa de Bolsonaro ou de Bivar.
Como pano de fundo, ambições políticas, disputa pelo controle do dinheiro do fundo partidário e a influência dos filhos do presidente. Na terça-feira (15), a situação se tornou mais crítica com operação da Polícia Federal para investigar o esquema de candidaturas laranjas do PSL da qual Bivar foi alvo.
Em conversa vazada ontem, o presidente articula a derrubada do Delegado Waldir. Nunes afirma que estava ao lado do presidente no momento e já saber o responsável pela gravação. Segundo ele, Bolsonaro recebeu a ligação de um deputado em um telefone de outro parlamentar, também na reunião.
"O presidente não ligou para nenhum deputado. [...] Conversou, mas não teve a intenção. Não teve a iniciativa [de ligar]. [...] Quem vai imaginar que entre amigos deputados do partido vai ter um traidor desse nível?", disse Nunes.
"A carreira dele está acabada, ele é indigno de qualquer brasileiro", completou, apesar de preferir não expor o nome do colega.
No meio da disputa, após não ter a pretensão de se candidatar à Prefeitura de São Paulo no ano que vem respaldada por Bolsonaro, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (SP) votou a favor da permanência de Waldir.
Nunes classificou a atitude como "altamente negativa" e disse que, por parte dele, não vê condições de ela continuar à frente da função. Ele nega que a retirada de Joice da liderança já tenha sido tratada por Bolsonaro ou Ramos.
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