Bolsonaro: "Não dê munição ao canalha, que está momentaneamente livre"
Resumo da notícia
- Jair Bolsonaro rompeu o silêncio de ontem e se dirigiu aos seus eleitores no Twitter, um dia após Lula ser solto
- Sem citar o ex-presidente, Bolsonaro pediu: "Não dê munição ao canalha, que está momentaneamente livre"
- Além dele, Moro lamentou a decisão do STF sobre 2ª instância, citando "vitórias e revezes"
- Já Carlos Bolsonaro foi mais enfático: "Comemorem, criminosos"
O presidente Jair Bolsonaro (PSL), que manteve silêncio ontem sobre a saída de Luiz Inácio Lula da Silva da prisão, em Curitiba, publicou um post na manhã de hoje em que fala para seus militantes não darem "munição ao canalha, que está momentaneamente livre, mas carregado de culpa". O ministro da Justiça Sergio Moro também usou a rede social nesta manhã, para falar da decisão do STF sobre segunda instância, mas sem citar o caso do ex-presidente.
Sem citar Lula, Bolsonaro falou aos "amantes da liberdade e do bem". "Somos a maioria. Não podemos cometer erros".
Bolsonaro reitera o que já vem sendo propagado em grupos que o apoiam, no sentindo de tentar que seus militantes não deem visibilidade à esquerda, que vem comemorando a soltura do ex-presidente.
A mensagem também indica uma preocupação com o "fogo amigo". "Sem um norte e um comando, mesmo a melhor tropa, se torna num bando que atira para todos os lados, inclusive nos amigos."
Em um evento em Goiânia ontem, Bolsonaro cancelou uma entrevista que estava anunciada por sua própria equipe de comunicação. Não mencionou a soltura de Lula em seu discurso e evitou a imprensa em eventos dos quais participou na cidade e desistiu de uma entrevista que aconteceria em um dos locais.
Filho do presidente, Carlos Bolsonaro retuitou o vídeo de Jair e foi mais enfático: "Calma, cambada de bandido, o Brasil não é de vocês! Comemorem, criminosos! Estão liquidados política e criminalmente! O Brasil vai dar certo!".
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, também publicou em seu Twitter sobre o momento político:
Moro sobre o STF
Sergio Moro tuitou nesta manhã: "Lutar pela Justiça e pela segurança pública não é tarefa fácil. Previsíveis vitórias e revezes. Preferimos a primeira e lamentamos a segunda, mas nunca desistiremos. A decisão do STF deve ser respeitada, mas pode ser alterada, como o próprio Min. Toffoli reconheceu, pelo Congresso."
Ontem moro havia soltado uma nota oficial sobre o assunto, em um tom semelhante, pregando respeito à decisão do STF, mas falando em mudança via Congresso.
A soltura de Lula
O ex-presidente Lula saiu no fim da tarde de ontem da prisão na PF em Curitiba, após decisão judicial e subiu diretamente em um palanque para falar com os cerca de 200 militantes presentes no local. Lula foi beneficiado pela decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que, em julgamento finalizado na quinta (7), proibiu a prisão após condenação em segunda instância, caso de Lula. A defesa do ex-presidente havia entrado com o pedido de soltura no final da manhã de ontem.
Lula é aguardado hoje no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde iniciou sua carreira política. O presidente do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, divulgou um vídeo convocando a categoria para receber o petista a partir das 10h deste sábado na sede da entidade, em São Bernardo do Campo (Grande SP), cidade em que o ex-presidente vivia antes de ser preso.
O ex-presidente estava preso na capital paranaense desde abril de 2018 em razão da sentença que recebeu no processo do tríplex, derivado da Operação Lava Jato. A condenação foi confirmada pelo STJ (Superior do Tribunal de Justiça), uma espécie de terceira instância. O caso ainda será encaminhado ao STF.
Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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