Após Lula deixar prisão, Moro defende aprovação de PEC da segunda instância
Chamado de "canalha" pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Justiça Sergio Moro defendeu hoje que o Congresso aprove PECs (propostas de emenda à Constituição) para permitir a execução provisória das penas após condenação em segunda instância.
Nesta quinta-feira (7), por 6 votos a 5, o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) mudou sua interpretação e passou a considerar inconstitucional a execução da pena antes que todos os recursos do réu sejam julgados. Por conta da decisão, Lula deixou a Superintendência da PF (Polícia Federal) no Paraná, onde estava preso há 580 dias.
Na manhã de hoje, Moro —responsável por condenar Lula em primeira instância quando era juiz fedearl— voltou a alfinetar o petista, chamando as consequências da decisão do STF de "avanços efêmeros de criminosos".
"A resposta aos avanços efêmeros de criminosos não pode ser a frustração, mas, sim, a reação, com a votação e aprovação no Congresso das PECs para permitir a execução em segunda instância e do pacote anticrime", escreveu ao compartilhar a foto de um outdoor em apoio ao pacote anticrime. A propaganda exibe fotos do próprio Moro e do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Troca de farpas com Lula
Desde ontem, Moro vem usando a rede social para trocar ataques com Lula, por conta das críticas feitas pelo ex-presidente durante discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
Lula afirmou que poderia ter escolhido fugir para outro país ou se refugiar em uma embaixada, mas tomou a decisão de se deixar prender para provar que o ex-juiz Sergio Moro "não era um juiz", mas sim um "canalha" que o estava julgando.
"Eu tomei a decisão de ir lá para a PF. Eu poderia ter ido a uma embaixada, a outro país, mas eu tomei a decisão de ir lá porque eu preciso provar que o juiz Moro não era juiz, era um canalha que estava me julgando", declarou Lula em discurso a militantes no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP).
Em resposta, Moro, sem citar nominalmente o ex-presidente, postou no Twitter que não responderia "a criminosos, presos ou soltos".
"Aos que me pedem respostas a ofensas, esclareço: não respondo a criminosos, presos ou soltos. Algumas pessoas só merecem ser ignoradas", rebateu.
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